Violeiros de Mato Grosso do Sul dependem de fãs para ganhar concurso nacional
Com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o concurso Voa Viola escolhe pela segunda vez os melhores violeiros do Brasil. Na disputa, estão dois representantes de Mato Grosso do Sul: a dupla . Prado & Marcos Henrique e o instrumentista Marcelo Loureiro.
Mas para vencer não é preciso apenas ser bom de viola. Os fãs têm de participar. A seleção é popular depende de “aplausos” dados via internet pelo público da rede Voa Viola.
A primeira fase já foi concluída, com 24 selecionados depois de auditoria para detectar legitimidade e autenticidade ao processo de votação popular. A partir de março a votação continua com pontuação diferente.
Os finalistas criaram perfis para receberem aplausos em vídeos, músicas e fotos e cada voto tem peso 5. Esse processo foi criado para que o público conheça melhor o trabalho do artista. Para participar, a pessoa tem de se cadastrar, acessar o perfil do músico no site do concurso
Por enquanto, o desempenho dos representantes sul-mato-grossenses é bem diferente. Enquanto o líder no País tem mais de 20 mil aplausos, J. Prado & Marcos Henrique tem 12.200, mas estão em quinta colocação. Já Marcelo Loureiro apenas 882. Isso significa que o público de Mato Grosso do Sul têm de votar.
Ao final do concurso, 12 artistas serão selecionados para shows pelo Brasil, em Porto Alegre, Manaus, Rio de Janeiro e Cuiabá.
No ano passado o vencedor foi Arnaldo Freitas, de São Paulo, solista a Orquestra Paulistana de Viola Caipira, que há três anos se apresenta com o Quarteto Regional na TV Cultura no programa Viola Minha Viola.
Revelação - Marcelo Loureiro é um jovem com trabalho bastante difundido no Estado pelo talento na viola. J. Prado e Marcos Henrique - "Os Defensores do Pantanal", são anônimos, conhecidos mais fora do que aqui, avalia o próprio J.Prado, apesar de já ter até apresentado um programa na TVE estadual, na década de 90.
A dupla lançou CD no ano passado, mas pouco vendeu. Aos 68 anos, militar aposentado pela Aeronáutica, ele toca ao lado do sobrinho. Os dois formam convidados a participar do concurso. “Fizemos uma apresentação na TV Câmara em Brasília e o povo gostou”.
Desde então, os telefonemas começaram e o carinho do público também, principalmente de estados onde “a viola tem valor, como Minas Gerais e Goiás”, comenta J. Prado. “Tem gente de todo canto do País que liga para saber onde comprar o CD. Já tem músico do Sul e de São Paulo que gravaram as minhas composições”.
Filho caçula em uma família de violeiros, ele cresceu aprendendo a tocar, parou por 31 anos, durante a carreira militar e voltou ao ir para reserva. “Hoje só quero tocar e ter o reconhecimento, não penso em ganhar dinheiro”, garante.