Advogada virou pedagoga para fugir de vida corrida e ensinar filhos
Novos ares trouxeram à Raíssa a tranquilidade para conseguir criá-los próximos da natureza
Cansada da vida corrida na advocacia, Raíssa de Aguiar Geller, resolveu mudar completamente o rumo da rotina e trocar a profissão por uma que permitisse mais tempo ao lado dos quatro filhos. O caminho encontrado para isso foi cursar pedagogia. Ela uniu a vontade de ensinar com o amor pelas crianças para conseguir virar a chave. E não foi só isso que mudou, para conectá-los com a natureza, ela largou a cidade e comprou uma chácara.
RESUMO
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Raíssa de Aguiar Geller, advogada, trocou a carreira pela pedagogia para dedicar mais tempo aos quatro filhos. Inspirada pela própria infância e pela obra de Manoel de Barros, ela se mudou para uma chácara para proporcionar aos filhos uma criação mais próxima da natureza, com foco no desenvolvimento do caráter e na liberdade infantil. Apesar de priorizar o contato com a natureza e brincadeiras tradicionais, Raíssa permite o uso de tecnologias em horários específicos, buscando um equilíbrio entre a vida moderna e a infância livre e conectada com a natureza.
Os novos ares trouxeram à Raíssa a tranquilidade que ela buscava para conseguir criar os filhos longe do tumulto. O objetivo era que eles pisassem na terra e corressem livremente pela grama, que fossem crianças. Mãe de Graziela, com 12 anos, Beatriz, de 9, Teodoro, 6 e Mathias, de 3 anos, ela explica que na cidade morava em um lugar confortável, com piscina, mas que não tinha quintal e isso fazia toda a diferença para ela.
“Eu fiz direito, comecei a trabalhar na Justiça Federal, terminei já tinha duas filhas. Quando vi o tanto que o direito iria me blindar, comecei a questionar. Passei em concurso da polícia e comecei a perceber que isso demanda tempo e muito esforço, sempre estaria cansada. Comecei a pesquisar o que eu poderia fazer que demandasse menos, foi aí que encontrei a pedagogia, sempre amei criança e estudar sobre elas”.
O motivo para querer criar os filhos de maneira próxima também é fruto de marcas do passado. Segundo ela, a mãe era diretora de escola e passava grande parte do dia no trabalho. A ausência deixou feridas em Raíssa, mesmo que inconscientes.
“Ela trabalhava em três períodos e eu fui criada praticamente por babá. Isso me marcou muito. Ter a minha mãe na minha casa era extraordinário. Não queria isso para os meus filhos, queria ser a mãe que faz bolo no meio da tarde. Queria uma vida tranquila financeiramente e tranquila com eles”.
Inspirada por Manoel de Barros, Raíssa conta que percebeu o quanto crescer com as formigas, pássaros e contato mais próximo com animais seria bom para os filhos. Em seus poemas, o sul-mato-grossense fala sobre a natureza, animais e meninices de infância.
“Tendo uma boa infância a chance de ser um adulto de sucesso é muito grande, vejo pais que investem em atividade para os filhos como lutas, esporte e esquecem que o futuro brilhante está na formação do caráter, do eu, da personalidade da criança, deles poderem correr sem se preocupar com horário, de serem crianças”.
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Ela explica que, apesar de eles estarem mais restritos a algumas atividades, ela não proíbe o uso das tecnologias.
“Eu levo pra sala de aula brincadeiras antigas, muitos aprenderam pique bandeira, bets. As crianças conversaram sobre os jogos eletrônicos e entendi que os meus precisavam ser compatíveis com a nova geração também, então eu deixo das 18h às 20h eles assistirem, jogarem e fazer o que quiserem. Às vezes nem conseguem porque estão tão cansados e dormem”.
Raíssa acrescenta que faz questão de brincar com todos durante o horário inverso do trabalho, que pintam, correm e pulam. “Nessa chácara tem galinha, peixe, cachorro, coelho, cabra, eles brincam o dia inteiro. Coloquei balança de pneu, coisas que eu tinha na infância”.
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