Após papel de “descontão” de dívidas, Andrews agora é o “Menino do Refis”
Nas ruas, o pessoal pede explicação sobre descontos e empresário tem de esclarecer que é apenas um garoto propaganda
Campo Grande está longe de ser um lugar onde se encontra gente famosa ao atravessar a rua. Porém, basta surgir novos rostos para que até propaganda de imposto caia no gosto da galera. No caso, do professor de Educação Física Andrews Echeverria, de 34 anos, seu nome agora é o “Menino do Refis”.
São quatro anos aparecendo como garoto propaganda do PPI (Programa de Pagamento Incentivado) da prefeitura, conhecido como Refis, que refinancia as dívidas do contribuinte. O Lado B foi atrás do “descontão”, que está com o rosto espalhado pelos quatro cantos da cidade, sites, outdoors e até ônibus.
Não bastam caras e bocas, a fama tem um preço. Andrews admite que sofre mais que protagonista vilão de novela das nove, quando se depara com algum telespectador no elevador ou no mercado.
“Normalmente, o pessoal mais velho me reconhece e eles sempre acham que sou quem está refinanciando as dívidas. Eles sempre me perguntam como refinanciar. Aí eu tenho que explicar que estou fazendo apenas a propaganda, que não sou o responsável por essa parte do programa”, conta.
Andrews também é sócio de uma loja de queijos e vinhos e garante que até os clientes já relacionam sua imagem ao Refis. “Eles sempre perguntam se sou eu mesmo que estou na propaganda do Refis, mesmo estando diferente. Na loja uso outras roupas, bonés e mesmo assim não dá mais para fugir”, pontua.
Para quem ainda não viu, a ideia do Refis é garantir um descontão ao contribuinte. A imagem de Andrews vem a calhar perfeitamente, já que o companheiro de gravação é mais baixo e magro.
“A ideia é essa mesmo, eu apareço salvando o contribuinte de uma dívida já que o desconto é muito grande”, explica.
Outra pessoa – Por incrível que pareça, o “Menino do Refis” é super tímido e odeia tirar foto. “Nunca me vi como garoto propaganda. Toda aquela imagem é fruto de muita gravação. Não sou uma pessoa simpática, sou fechado. Mas depois da primeira campanha eu acostumei".
Quando a cara dele foi espalhada por ruas e até ônibus, veio a "fama". "Lembro de quando fui à prefeitura, todo caracterizado, com a camiseta e as pessoas pediram para tirar fotos comigo. Para mim foi engraçado".
Depois, foi só encarar por bom humor o assédio, inclusive, em eventos de família. "Aconteceu no casamento da minha irmã, um convidado pediu até para eu fazer a pose que eu faço na propaganda”, disse.
Os amigos também “caem na alma” de Andrews e a zoeira rola solta. “Eles mandam fotos. Não podem me ver na TV, no outdoor que eles tiram foto e me mandam”, conta.
A participação de Andrews na campanha do Refis é bem específica, mas ele espera aparecer novas oportunidades.