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Comportamento

Aurila “estreou” Moreninhas e nem Alzheimer levou amor pelo bairro

Ela foi uma das primeiras moradoras do bairro na década de 80 e ficou marcada pelo amor que tinha pela região

Bárbara Cavalcanti | 13/11/2021 07:58
Fotografia de Dona Aurila, que faleceu no último sábado, ainda jovem. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fotografia de Dona Aurila, que faleceu no último sábado, ainda jovem. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aurila se foi e deixou na família a saudade de ser a alegria da casa. Foi uma das primeiras moradoras do Bairro Moreninhas e era prima do ex-governador Wilson Barbosa Rodrigues. Mesmo quando o Alzheimer bateu à porta, nos últimos anos de vida, ela não esqueceu de uma das regiões que mais gostava na cidade. Além disso, ficou marcada pelo coração gigantesco. “Sempre colocava dor dela de lado para cuidar da dor das pessoas ao seu redor”, expressou a neta Melissa Martins, de 19 anos.

Aurila era natural da capital paulista, nascida em 11 de junho de 1929. Chegou a Campo Grande em janeiro de 1981 e em dezembro do mesmo ano, foi uma das primeiras moradoras das Moreninhas. “Quando entregaram as primeiras chaves, ela já se mudou para lá. Ela era apaixonada pelo bairro”, explicou Melissa.

Morava próximo ao Centro Comunitário e trabalhou na secretaria da Escola Arlindo Sampaio Jorge, onde ficou até se aposentar. Se mudou das Moreninhas apenas no início deste ano, quando foi morar com uma das filhas devido à idade avançada.

Dona Aurila com um coelho no braço. (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Aurila com um coelho no braço. (Foto: Arquivo Pessoal)

Religiosa, mesmo após a velhice, não deixava de expressar sua fé. “Mesmo após a velhice chegar, as irmãs da igreja continuavam visitando e levando a ceia”, detalha a neta.

A relação com o ex-governador era por parte de mãe e de pai de Aurila. As mães eram irmãs, que se casaram com os rapazes, que também eram irmãos entre si. Um casal foi os pais de Wilson e o outro, pais de Aurila. De acordo os familiares, tinham uma ótima relação.

Entre as lembranças de Dona Aurila, estavam as festas de Natal. “Nos Natais, fazíamos amigo secreto e ela sempre inventava alguma coisa diferente para descobrirmos quem a gente tirou. Já teve até Natal à fantasia”, se diverte Melissa.

Dona Aurila deitada no sofá, se divertindo ao comer um algodão doce. (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Aurila deitada no sofá, se divertindo ao comer um algodão doce. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há alguns anos, os primeiros sintomas de Alzheimer começaram a aparecer. “Ela era muito amorosa e criativa, pintava telas, fazia cartões e amava desenhar. E depois do Alzheimer, ela foi voltando a ser criança, conversando como criança”, detalha.

No sábado, dia 6 de novembro, aos 92 anos, ela faleceu. Teve 6 filhos, 20 netos e 10 bisnetos. “Morreu dormindo. Minha avó era uma mulher fantástica, extraordinária. Todos sentem muito a falta dela”, lamenta Melissa.

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