Bosque ganha trilha adaptada para aproximar cadeirantes de córrego
Com enxada na mão, Luiz e Rudson limparam área e com bambu construíram um mirante para o Córrego Bálsamo
Os motoristas Luiz Alberto Monteiro de Oliveira, de 63 anos, e Márcio da Silva Fernandes, de 40 anos, se uniram para presentear a comunidade onde vivem. Eles limparam e adaptaram um bosque da Avenida Marginal Bálsamo com trilhas para ciclistas e cadeirantes se aproximarem do córrego Bálsamo. A área próxima ao Museu José Antônio Pereira também recebe a visita de tucanos e macacos.
Todo o trajeto recebeu marcações para que os visitantes se localizem. Em princípio, a ideia era de apenas limpar a área para evitar que pessoas jogassem entulhos no local. No entanto, a iniciativa evoluiu para uma grande transformação. Muito ligado ao esporte, Luiz já pensou na trilha para ciclistas.
O projeto de limpeza e transformação do bosque começou há mês. Desde então, os dois amigos viraram guardiões do trecho da avenida. O Lado B visitou o local e descobriu uma nova área de lazer no Núcleo Habitacional Universitárias.
Sem qualquer apoio, a limpeza e abertura na mata foram feitas “no braço”. Além do matagal e remoção do lixo, os amigos desceram à beira do córrego. "Eu coloquei a bota desci a ribanceira do córrego e tirei muito lixo também”, pontua Rudson.
Com bambu, Luiz e Rudson construíram um mirante para o córrego. “Também serve de guard rail para proteger quem desce a trilha”, pontua Luiz.
A trilha criada para os ciclistas conta com obstáculos, para que os visitantes não abusem da velocidade. Já a pista com acessibilidade é plana para que pessoas com dificuldade na locomoção também possam participar e chegar ao mirante do córrego.
A ideia da acessibilidade veio de um morador que há muito tempo não via o córrego de perto.
“Ele trouxe o filho para andar de bicicleta e disse que gostava muito do espaço e que há muito tempo não ouvia o barulho da água, por causa do mato. Aí decidimos que também deveríamos adaptar. Ele veio um dia e foi nos monitorando e nós limpando até chegar à margem do córrego”, lembra Luiz.
Confira vídeo da trilha.
O aposentado Alessandro Leque, de 42 anos, foi a inspiração para o espaço ser lugar para todos. Morador da região há 14 anos, Alessandro pontua que a área estava abandonada.
“Eu passei lá de brincadeira e disse que tinha que mexer para nós [cadeirantes] entrarmos também. Foi da hora, porque arrumaram tudo e a cadeira entra de boa. No outro dia que eu passei, dei uma volta e eles viram onde dava para mexer. Agora dá para andar”, conta Alessandro.
O clima é até mais fresco dentro da trilha e para o tour ficar completo, a aparição de tucanos e macacos são bem comuns.
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