Casal que se conheceu na terapia diz “sim” emocionante em praça
Longe do luxo ou itens caros, casal teve cerimônia muito mais emocionante feita pelos amigos
O designer gráfico Erik Vinicius Guimarães Vilhalva, de 32 anos, e a terapeuta floral Natallie Christine Tinoco, 37, protagonizaram uma cena de amor que até parece ter saído dos filmes. Ambos eram divorciados, mas resolveram dar uma nova chance ao amor quando o trabalho os uniu. O que eles não imaginavam, era selar a união em uma cerimônia emocionante em plena praça, com a bênção dos três filhos e muita história para contar aos amigos.
Mas antes dos detalhes da cerimônia, os dois narram como se conheceram. “Erik foi meu paciente”, lembra Natallie. “Na época, eu atendia apenas mulheres e crianças e os homens no relacionamento. Quando ele se separou, eu o encaminhei para uma colega e encerrei o atendimento com a ex também, por motivos financeiros dela”.
Meses depois, a terapeuta precisou mudar sua identidade visual e optou por alguém conhecido, o Erik. “Foram semanas até conseguirmos chegar a um acordo. Até que pedi que ele me dissesse como enxergava meu trabalho, porque talvez conseguíssemos nos entender. Nessa fala, ele foi mais profundo do que eu imaginava, mas achei que fosse coisa da minha cabeça e deixei pra lá”.
Os dois passaram a conversar mais e no fim de uma semana, a conversa teve outro tom. “O dia foi cheio pra ambos. Essa conversa foi mais leve e mais amistosa que profissional e terminou com um convite pra uma água de coco, que eu neguei e fui dormir”.
Depois veio o convite para o jantar e ela também disse não. “O histórico me trazia certa apreensão e eu sabia que ele tinha qualidades que eu admirava em um homem”.
Mesmo desviando do convite, o papo não parou por ali, até que Erik admitiu sentir mais do que admiração pelo trabalho. Dias depois, o beijo rolou no dia 12 de abril de 2021. “Daí em diante, nunca mais nos separamos”, contam.
O relacionamento começou após muita conversa e, apesar de os dois já terem passado por relacionamentos anteriores, decidiram formar uma família e dar uma nova chance para a vida juntos.
Natallie conheceu a enteada, e seus filhos já estavam encantados com o tio, a ponto de um deles pressionar Erik para o pedido de namoro, que surgiu no dia do aniversário de um deles.
Em agosto, o casal se viu morando juntos com as crianças e a felicidade pela casa, mas não imaginava outro pedido dos filhos, dessa vez, do enteado de Kenzo, que disse que a mãe teria que casar com aliança de ouro e um pedido de joelhos. “Piada geral, mas ficou a dica”, brinca Natallie. “Numa conversa, Erik falou do sonho de se casar, de me ver vestida de noiva e eu ri. Isso nunca foi importante pra mim. Mas ele brilhava ao falar…”, acrescenta a noiva.
Os dois não tinham alianças e assim, começaram os preparativos do casamento. “Juntamos joias em desuso e mandamos fazer, para que tivesse nossa cara. E eu o pedi em casamento, com a bênção das três crianças na manhã do dia 12 de agosto de 2021, com intenção de oficializar a união dali dois meses. Seriam seis meses do nosso primeiro beijo”, lembra.
Os dois são autônomos e a grana que sobra tem prioridade na casa, mas o desejo de uma confraternização crescia dentro deles e juntos, começaram a contar para os amigos, e foi nesse momento que surgiu uma mobilização surpreendente.
“Conversei com a Paula Cayres, amiga e fotógrafa que há anos nos acompanha e contei que tinha pensado numa sessão de fotos em família e com amigos padrinhos, para celebrar nossa união e ler nossos votos. Pronto! A ideia tinha começado a tomar forma e a Dona Wity Prado, uma das madrinhas, me aparece com dezenas de peças de roupas para eu experimentar”.
Wity é consultora de moda e estilo e sempre influenciou as amigas à ressignificação das peças, por isso, Natallie não pensou duas vezes em ter uma roupa de noiva que pudesse usar novamente. “Ela selecionou peças com meu estilo e, dentre elas, um vestido de noiva que, de cara, eu me neguei a experimentar. Estaríamos numa praça, meio da tarde de outubro. Tinha que ser simples. Mas nada encaixava. Até que sobrou o tal vestido. E ele foi feito pra mim: ajustado ao corpo. Sem volume, rendado, fresquinho e possibilitava as tatuagens se destacarem. Fiquei preocupada com o valor e ela me solta: eu sou sua madrinha. É o meu presente”.
O vestido veio de um brechó, mas nem parece de tão bem cuidado e conservado. A peça selecionada foi mais que especial para a noiva e assim, todo mundo se empolgou. Outro padrinho deu a maquiagem e a mobilização não parou. “Amigos e pacientes começaram a sonhar com o dia e um casal muito fervoroso, surgiu na minha mente pra que falasse algumas palavras antes dos votos. Ainda não seria uma cerimônia, mas uma sessão de fotos”.
No último fim de semana antes do dia 12, Natallie saiu do grupo de organização do casamento e foi aí que os padrinhos mudaram tudo. Os amigos e o Erik se mobilizaram para que fosse um dia inesquecível.
Amigos montaram um altar na Praça Bosque Carandá, Natallie foi levada até o noivo pelos dois filhos e a enteada. Madrinhas já estavam com o buquê. “Só levei meu Japamala [cordão sagrado] e Nossa Senhora Aparecida, padroeira daquele dia e a santa de devoção dele. Chorei ao ver e quando entrei na praça, meu coração quase parou: estava tudo como num sonho”.
Após um "sim" emocionante sem ostentação, o casamento para Natallie e Erik foi ainda mais especial. “Priscila e o Reinaldo, o casal que escolhemos, falaram sobre o amor entre o homem e a mulher e do amor com Deus no centro. E foi emocionante. Eu acho que a união de quem quer estar junto já dá certo de cara. E que tudo o que vem depois, vem com facilidade e leveza”.
Se tivesse que fazer outra cerimônia, Natallie não tem dúvidas de que faria com os mesmos detalhes. “Dinheiro é ótimo! Traz muitas coisas que nos deixam mais alegres. Mas a felicidade de estarmos entre aqueles que nos amam, nos admiram e se esforçaram conosco para que aquele dia acontecesse, foi um presente divino. O que é pra ser, acontece mesmo sem grana”, finaliza.
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