Com 7 anos, Manu teve ideia de vender arte na lanchonete dos avós
Clientes começaram a oferecer valores simbólicos, mas pequena enxergou nisso “oportunidade de negócios”
Quem chega para tomar um café ou um suco na lanchonete Esfirra da 14, no Centro, dá de cara com o mural das artes de Manu. Na parede, estão colados vários desenhos feitos com tinta ou lápis de cor pela "artista" de 7 anos de idade: Manuela Pereira Simões, para os não íntimos. Além das pinturas, também está pendurado um pequeno aviso escrito em letras coloridas: “Meus desenhos estão à venda”.
A ideia de colocar os desenhos à venda veio da própria Manu. “Na verdade, tudo começou quando uma cliente ofereceu uma contribuição. E ficou nisso, as pessoas viam os desenhos dela, gostavam e pagavam, às vezes, o valor que quisessem”, detalha o avô de Manu, o comerciante Adenir Pinto Pereira, de 56 anos.
Até que um dia, alguém quis levar a pintura para casa para colocar em uma moldura. “Uma senhora pagou e queria levar o desenho. Eu não deixei, porque a Manu na hora, nem estava aqui. Mas depois, ela mesma teve a ideia de colocar a plaquinha de venda”, acrescenta.
O esquema continua o mesmo: as peças não têm valor fixo, mas as pessoas podem levar as pinturas para casa. Sobre todo assunto, Manu dá respostas monossilábicas, mas mostra com orgulho suas artes. E diz querer juntar o dinheiro para um objetivo: “Um tablet”, responde. A plaquinha foi feita com ajuda da avó, a comerciante Rosana Oliveira de Souza Pereira, de 50 anos.
De acordo com dona Rosana, as artes de Manu repercutiram. “Um cliente escreveu um texto sobre um dos desenhos de Manu e outro, que nem é daqui, era de Goiás, publicou também nas redes sociais falando sobre os desenhos dela”, detalha.
A mãe de Manu, a auxiliar de diagnósticos Patenopy de Souza Pereira, de 30 anos, comenta que quando chegou na lanchonete, tudo já tinha sido armado. “Quando eu vi, já tinha as pinturas, depois já tinha a plaquinha. Mas acho que a mamãe vai ter que contribuir nesse valor do tablet”, se diverte.
E no final das contas, Manu continua desenhando mais porque gosta mesmo, do que por causa do dinheiro, conforme a família. “Ela sempre gostou de fazer arte. O primeiro de todos ela fez na escola e trouxe pra cá. Tem um aqui também que ela pintou os pés, pisou no papel e depois saiu andando sujando a casa. Ela se diverte e gosta mesmo”, reforça o avô.
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.