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Comportamento

Como um ex-vendedor de balas transformou sua falência em sucesso

Aos 33 anos, o campo-grandense Renato Garcia conta como conquistou a independência financeira apesar dos perrengues

Thailla Torres | 04/12/2020 06:05
Aos 33 anos, Renato é empresário de uma rede de moteis e franqueado de escola de inglês (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 33 anos, Renato é empresário de uma rede de moteis e franqueado de escola de inglês (Foto: Arquivo Pessoal)

O que você faria se, depois de anos vendendo balas, pudesse ter a própria empresa no bairro, mas a falência e as dívidas chegassem em pouco tempo? O campo-grandense Renato Garcia, hoje com 33 anos, achou por alguns minutos que estava perdido. Mas também achou que não valia assumir a pena o risco da desistência. Hoje à frente de uma franquia de escola de inglês no Paraná e dono de uma rede de motéis em Dourados, ele conta como desembolsou coragem e determinação para crescer na vida, e ter a sonhada estabilidade na casa dos 30.

Mas não, não foi na loucura ou na sorte. A bagagem profissional de Renato, na verdade, deixa claro que ele precisou ser bastante racional.

Atualmente Diretor publicitário da franquia Minds English School, Renato começou sua história como empreendedor aos 14 anos, quando vendia balas, salgados e refrigerantes em frente ao ponto de ônibus na Avenida Calógeras. Aos 7 anos, os pais se separaram e ele precisou ser o “homem da casa”, ajudando a mãe, o irmão e a irmã com deficiência.“Passamos dificuldade nessa época, pois meu pai teve que viajar para conseguir um futuro melhor para nós e basicamente nós dependemos de doações de cestas básicas da igreja para se alimentar”, conta Renato.

Quando vendia balas, ainda que a dificuldade batesse à porta, todos os dias, Renato diz que não sabia desistir. “Eu sempre fui sonhador, mas a dificuldade foi a maior lição da minha vida. Naquela época eu ia no supermercado e pagava R$ 0,80 numa latinha de refrigerante e tinha que vender a R$ 1. Eu sabia que se abrisse uma latinha no meio do meu expediente estaria perdendo os 20 centavos que eu batalhava muito para ganhar. Então foquei na minha motivação, que era ter uma vida melhor e ajudar a minha família.

Renato é campo-grandense e hoje mora em Maringá. (Foto: Arquivo Pessoal)
Renato é campo-grandense e hoje mora em Maringá. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com 15 anos, além do trabalho na lanchonete, trabalhava meio período de office boy. Em 2003, esta empresa que ele trabalhava passou por uma migração no sistema de gestão e precisaram de pessoas para ajudar a cadastrar os alunos nesse novo sistema. Renato, não perdeu a oportunidade e se colocou à disposição de ajudar “Devido a facilidade com o uso de computadores da época, me destaquei e logo me colocaram para dar assistência na empresa”, relembra.

Em 2004, mais uma chance bateu à porta, a empresa decidiu comercializar cursos de informática e chamou Renato para fazer parte do projeto. Com apenas 17 anos Renato já tinha uma pequena porcentagem na sociedade e como todo jovem tinha muitos sonhos para o negócio.

Dois anos depois, Renato viu o sonho edificado nas Moreninhas se destruir. A inexperiência, falta de dinheiro e conhecimento acarretaram no fechamento do seu primeiro negócio.

“Eu tentei ao máximo, mas quando não vi que não tinha mais dinheiro, aquilo foi o maior baque. Quando somos mais jovens a gente acha que tudo vai dar certo. Então aquilo acabou sendo o divisor de águas na minha vida profissional, virou uma lição para me tornar melhor”, diz.

Persistência – Renato não desistiu e dois meses depois se juntou com amigos e abriu uma agência de publicidade voltada para o mundo da moda, criando catálogos de fotos. “Lembro que os móveis eram todos de doação, e levei um computador muito antigo que foi o que restou da antiga escola de informática. Eu era novo, tinha a vontade mas mais uma vez acabei tendo que recorrer à uma outra forma de me adaptar. O negócio não deu certo”, evidência Renato.

Em 2007, voltou à empresa em que era office boy, mas desta vez para trabalhar na franqueadora como design. “Neste período tive a ideia de fabricar copos e canecas de acrílico personalizadas. Adquiri a máquina injetora e comecei a produzir em larga escala atendendo empresas de norte a sul do Brasil. E foi através disso que em 2010, me tornei sócio-proprietário da escola de inglês”, conta Renato.

Renato ainda queria diversificar a sua carteira, e em 2013, deu início ao projeto no ramo de hotelaria, aumentando um pequeno motel com 7 apartamentos para mais de 40 em Dourados. “Diversificar me dá segurança de investir, pois sabemos que conseguimos superar sazonalidades e crises quando temos diversos negócios", explica.

Hoje, Renato fiz que o sentimento que fica é de satisfação, mas não desistiu do crescimento. “Ainda não é aquele sentimento de zerei o jogo, acho que história de vida que eu tenho, a formação profissional e a motivação fazem eu buscar as coisas com mais sentido. Quero estruturar minha história e mostrar a outros jovens que é possível vencer”.

Na opinião de Renato o que falta é motivação. “Precisamos motivar nossos jovens. Quanto mais cedo começar é melhor. Minha motivação era ajudar a minha mãe e minha irmã, aquilo me motivou implantar ideias e correr atrás, com a certeza de nada vai ser fácil, mas é preciso persistir”.

O publicitário ainda deixa 3 dicas para quem quer empreender:

  • Invista inicialmente em pesquisas, saber o melhor segmento em que você irá atuar pelos próximos anos de sua vida é importantíssimo. Você será mais feliz e competitivo se gostar daquilo que faz.
  • Busque parceiros que tenha habilidades diferentes da sua, vocês irão se completar.
  • Não pare no tempo, seu negócio precisa ser atualizado sempre!

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