Diego tenta quebrar tabu e mostrar o encanto de plantas carnívoras

Apaixonado por plantas carnívoras, o grande desafio de Diego Marques tem sido levar o gosto para as pessoas e mostrar que as espécies não vão atacar seus dedos ferozmente. Colecionador, ele conheceu a planta em 1996 e hoje trabalha com a produção de várias espécies em Campo Grande.

Enquanto uma variedade de plantas se espalha pelas casas brasileiras, Diego conta que as carnívoras ainda são novidade. Ainda hoje, ele narra que algumas pessoas seguem associando as espécies aos filmes de terror, enquanto outras nem identificam quando veem algum exemplar nas feiras em que o colecionador participa.

Por isso, seu trabalho tem sido de levar um pouco das plantas para locais com várias pessoas. Assim, as dúvidas são tiradas ali mesmo e a curiosidade também aumenta.

“As crianças e adolescentes geralmente param e perguntam ‘nossa, é carnívora. Ela é de verdade mesmo?’, mas outras pessoas mais velhas acabam passando direto. Quem consegue identificar rapidamente é porque geralmente tem essa curiosidade”, explica Marques.

Apesar de se dedicar a uma variedade de carnívoras, já que existem mais de 600 espécies da planta no mundo, Diego tem se especializado nas Nepenthes. Maiores do que as que costumam estar disponíveis ao público em floriculturas, como as Dionaea, esse gênero pode sim capturar pequenos roedores e pássaros.

Contando sobre elas, ele narra que as Nepenthes possuem uma armadilha na ponta da folha e não “atacam” ativamente. Ou seja, os insetos e pequenos roedores precisam ir até ela e cair na armadilha.

“Esse gênero de planta possui armadilhas que são grandes e dentro de algumas pode caber até 6 litros. Além de serem interessantes, elas são plantas muito bonitas. Ainda existem muitos mitos, mas você vai vendo que não são reais mesmo”, conta o colecionador.

Entre as Nepenthes, vários cruzamentos são feitos para que novas espécies passem a integrar as coleções, como é com Diego. Além de manter as que compra, ele mesmo faz as produções.

Sobre o gosto, o colecionador detalha que o seu interesse pelas carnívoras surgiu em 1996, mas só anos depois é que ele realmente passou a estudar sobre as plantas. “Tive esse meu primeiro contato, mas perdi elas por falta de conhecimento mesmo. Anos depois, quando ainda morava no Rio de Janeiro, comecei a pesquisar mais e aprender”.

Na época, o mercado com as plantas ainda era realmente pequeno e só em meados de 2017, quando ele se mudou para Campo Grande, é que a facilidade se tornou maior. “Retomei minha coleção e encontrei jeitos mais fáceis de encontrar novas espécies, fazer trocas de plantas, conversar e conseguir aumentar os números”, diz.

Por manter o gosto pelas plantas carnívoras e ver que a Capital possuía poucos lugares comercializando as espécies, e em número reduzido, ele começou a investir em uma vontade que já tinha há alguns anos. “Comecei a lidar com as plantas em geral como hobby, sempre gostei. Mas aos poucos, principalmente com a pandemia, passei a investir mais na minha estufa e comecei a vender também.

E, além de comercializar as plantas em feiras e através de grupos na internet, ele também oferece os ensinamentos básicos para quem tiver dúvidas sobre os cuidados. Isso porque por ser uma planta de habitat diferente do nosso, requer certas atenções específicas.

“Eu mesmo perdi as minhas primeiras por falta de conhecimento. Por exemplo, geralmente elas precisam de muita umidade, sendo que algumas precisam de sol pleno e outras ficam com pouco sol. Se você não tiver conhecimento sobre adubamento, esse é outro ponto para tomar cuidado”, diz Diego.

Assim como outras plantas e vegetações, as carnívoras possuem suas necessidades próprias, mas ele completa dizendo que o necessário é estar interessado e pesquisar aos poucos.

No Instagram, Diego divulga parte das suas plantas e lá é possível entrar em contato com ele. O perfil é @diego_marques_freestyle.

Confira a galeria de imagens:

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