Em estúdio, galera paga R$ 150 para tatuar imagem que é sorteada

Tatuagem geralmente é uma coisa planejada, onde muitos buscam desenhos com significados pessoais ou que acham bonitos. Mas a galera da Orphans tem invertido essa lógica. Eles criaram uma máquina para os clientes sortearem desenhos feitos pelos tatuadores do estúdio.

A famosa e nostálgica máquina "Get What You Get" tem mais de 120 desenhos clássicos sortidos, e é uma opção para quem não decidiu o que quer tatuar, e deixa que a sorte escolha o desenho. "O custo da ficha para o sorteio é de R$ 150,00, que é o valor mínimo das tatuagens no estúdio. Então sai bem em conta. Caso a pessoa não goste do desenho e queira tentar mais uma vez, a segunda ficha sai a R$ 50,00", explica Lemos, um dos sócios e tatuador.

Ele explica que, geralmente, as pessoas já tatuam de primeira, sem arriscar uma segunda vez. "Quando inauguramos a loja, não imaginávamos que tanta gente ia brincar com a máquina. Teve gente que não tinha nenhuma tattoo e já fez a primeira por lá".

Formado por Lemos, Fernando Freitas, Thiago Rodrigues, Julia Nascimento, Matheus Mattos e Renan o Orphans Tattoos nasceu da amizade entre dois dos tatuadores, que inclusive deram o nome “Orphans” ao estúdio por conta de um filme de 1979 que os dois gostam.

“Trabalho com o Fernando desde 2015. No início do ano passado conversamos sobre abrir uma loja nova, mais voltada para a tatuagem tradicional, com as paredes cheias de desenhos nossos para os clientes escolherem. No meio do ano o Renan da Campo Grande Barbershop ofereceu um espaço compartilhado na loja e indicou o Thiago para somar na sociedade.  Em novembro inauguramos. No decorrer do tempo convidamos a Júlia Nascimento e o Matheus Mattos para completar a equipe”, explica Lemos um dos sócios.

Mesmo numerosos, todos trabalham com a tatuagem tradicional, porém mantendo a particularidade de cada um. “Acho que a similaridade estética facilita quando alguém escolhe um desenho da parede, e qualquer tatuador que estiver disponível pode reproduzir em você sem dificuldade”, diz Lemos.

Sobre a tatuagem tradicional ou clássica, ele acredita que ela se mantém porque é um estilo que se sustenta como tatuagem.  “Os desenhos são simples e legíveis, as sombras e cores são marcantes. E isso envelhece bem na pele. Hoje em dia há muito apelo conceitual e artístico dentro do cenário da tatuagem, mas que acaba envelhecendo mal na pele com o passar dos anos”.

Segundo Lemos há uma demanda estável e até crescente pro estilo em Campo Grande. “Tem muitos estúdios que oferecem esse estilo, e todos têm muita procura”.

O quem não se atenta, os desenhos tradicionais são muito parecidos, principalmente no quesito traços e cores, as vezes temas também. Lemos explica que os desenhos podem nascer de várias formas, mas que eles primam pera originalidade dentro do estilo proposto.

“Nós desenhamos e pintamos praticamente todos os dias para oferecer opções aos clientes. Reproduzindo desenhos clássicos ou criando nossas ideias. Mas se alguma pessoa nos procurar com uma ideia ou referência, nós também podemos nos basear nisso para criar algo para ela. Acredito que isso é o ideal”.

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