Gurizada gasta até R$ 4 mil para empinar Barra Circular com estilo
O investimento para fazer as adaptações, como freios reforçados e amortecedores, chega até R$ 4 mil
É uma Monark mais colorida que a outra, com cores tão vívidas que é possível vê-las de longe. E a atividade principal é empiná-las. Sem qualquer proteção, os meninos se arriscam nas manobras e ao serem questionados sobre possíveis quedas, apenas dão risada. “Tudo é só por diversão mesmo, a gente se junta pra todo mundo se divertir desse jeito”, comenta Mateus de Campos Pereira, de 17 anos.
Ontem, no Parque das Nações de Indígenas, um grupo de aproximadamente 20 garotos se reuniu para empinar as bikes. A faixa etária dos participantes varia entre 15 e 17 anos, todos com bicicletas da marca Monark personalizadas e adaptadas para, além da estética, também terem melhor facilidade nas manobras.
“A gente se reúne assim, quase todo fim de semana, pra poder andar, empinar, se divertir. Esse grupo existe pra isso mesmo”, acrescenta.
Modificar uma bicicleta não é barato. Ali no grupo, a faixa de preço para deixar uma bicicleta com amortecedores, guidões, bancos ou freios novos e reforçados varia entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
O valor não é pago de uma vez só, de acordo com o grupo. E em alguns casos, vem acompanhado de comentários de mães inconformadas com a paixão dos adolescentes pela compra de peças.
E a faixa de tempo para conseguir montar tudo também é demorada. “A minha, eu demorei 2 anos pra deixar assim. É aos poucos, a gente vai arrumando trabalho, juntando dinheiro, mudando aos poucos”, detalha Matheus.
Ele é dono da “Laranjete”, uma Monark devidamente laranja, com freios reforçados, amortecedores e banco personalizado com adesivos. “Juntando tudo, deve ter dado uns R$ 4 mil. Mas sempre foi um sonho ter uma bicicleta assim”, comenta.
Phillyp Neiva, de 17 anos, chegou de investir aproximadamente R$ 2 mil nas adaptações da sua bicicleta, toda roxa. “Tem amortecedor, guidão, freio hidráulico. Tudo aos poucos também. Eu estava sem celular e quando eu consegui outro, eu já estava no grupo”, se diverte.
O local escolhido da vez foi o Parque das Nações, mas pode ser em outros pontos da cidade. Ainda de acordo com Matheus, o grupo do WhatsApp tem pelo menos 50 participantes, todos unidos pelo gosto de personalizar as bicicletas. E ainda garantem que os encontros não passam da diversão.
“A gente escolhe lugares assim, que dá pra andar, dá pra fazer barulho, sem problemas. Mas a gente presta atenção sim”, reforça. Há quem tenha buzinas adaptadas de extintores de incêndio, que fazem um barulhão, mas que garantem que só são acionadas ali, entre o pessoal, prestando atenção para não incomodar crianças ou idosos.
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