Laurentina pula, faz promessa e sofre, mas não perde um jogo

“Eu fiz até promessa para a minha santinha, o Brasil tem que ganhar esse ano. Acho que a gente vai ser campeão sim”. Aos 76 anos, Laurentina de Souza Ferreira dá um show de animação quando o assunto é futebol, sofre com cada ameaça das seleções adversárias e nem tenta se conter quando o gol da Seleção Brasileira aparece.

Tendo acompanhado por rádio e televisão cada título do Brasil, a idosa conta que nada impede que ela assista todos os jogos da Seleção e do seu time, Flamengo. Sintonizada com tudo o que acontece com os jogadores, ela dispensa as falas dos comentaristas na televisão e prefere fazer suas pontuações seja com as jogadas, troca de nomes em campo e até previsões sobre o cenário.

Por ser apaixonada pelo futebol, sem saber muito bem explicar de quem herdou a paixão, Laurentina acredita nas boas vibrações. Por isso, além de ficar atenta à partida, se irrita com quem tenta diminuir o bom astral durante os mais de 90 minutos.

“Eu continuo torcendo até hoje sim, no primeiro jogo da Copa fiquei até brava porque meu irmão ficava gorando. A gente tem que torcer, falar coisas boas”.

Com ritual próprio e querendo até se sentar no mesmo lugar em que viu os dois gols do Brasil no primeiro jogo da Copa, a idosa acompanhou a partida desta segunda-feira (28) com toda a empolgação possível. E garante que esse é o espírito em todos os jogos.

“Não posso contar o que é a promessa que eu fiz, tem que ficar para mim, mas vai dar certo. Eu assisto desde pequena e nesse ano quis pedir ajuda da minha fé. Eu acredito e é tão bom assistir, torcer”, explica Laurentina.

Há mais de 50 anos morando na Vila Nhanhá, ela detalha que sempre gostou de reunir a família para acompanhar os jogos. Por isso, nem mesmo o cansaço, às vezes sentindo o peso da idade, faz com que perca a vontade de continuar pulando com cada gol feito.

Sobre o histórico de copas, Laurentina conta que chegou a ficar desanimada com as derrotas dos últimos anos, mas que a tristeza vai embora conforme novas chances chegam. Defensora de Neymar, ela se anima ao pensar que o jogador deve retornar nas próximas partidas e distribui recados para quem falar mal do camisa 10.

"Tem gente que diz que ele não joga, que a Seleção é melhor sem ele, mas eu não acho isso. Eu gosto quando ele joga, o time fica com outro peso, parece que jogam com mais vontade", detalha.

Já com outros jogadores, a defesa não é tão instantânea e a idosa argumenta que o motivo é não ver a ação nas telas. "Ele jogam fraco às vezes, a gente quer mais gol. Se quer substituir os outros jogadores, então tem que mostrar serviço".

Animada para as próximas partidas, ela reforça a promessa para Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Com ajuda delas, ela conta que as promessas valem a pena em cada gol, mas que vão valer ainda mais com o título de hexacampeão.

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