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Comportamento

Médico investiu 10 meses de plantão em câmera que rendeu acervo

Registros de 1975 contam também a paixão e compulsão do médico Radi Jafar pela fotografia

Thailla Torres | 05/11/2021 07:58
Em pé: Jorge Menezes e Sidnei Tomás (in memorian). Sentados: José Kimei Tobaru, Vitor Rabelo e Flávio Bertoni (in memorian).
Em pé: Jorge Menezes e Sidnei Tomás (in memorian). Sentados: José Kimei Tobaru, Vitor Rabelo e Flávio Bertoni (in memorian).

Fora do consultório médico, amigos e familiares viajam no tempo com o cirurgião vascular Radi Jafar. Aos 82 anos, ele adora fotografar e não tem preguiça de narrar detalhes de cada clique. Quando abre o notebook, exibe seus registros e prova que a memória anda intacta lembrando até do comportamento das pessoas em cada cena. Além disso, recorda o nome de cada pessoa fotografada como ninguém.

Foi assim que ele emocionou seus seguidores nas redes sociais nas últimas semanas, quando publicou duas fotografias que exibem médicos conhecidos em Campo Grande. As imagens mostram uma turma jovem, mas que ralava pela Medicina na Santa Casa de Campo Grande, em 1975.

Além de citar os nomes de cada um dos médicos, Radi e seus seguidores exaltaram os profissionais, que atenderam duas ou três gerações de uma mesma família.

Foto mostra José Kimei Tobaru, Obed de Souza (in memorian), Flavio Bertoni (in memoriam), Jonas Escórcio Neto e Alfredo Pinto de Arruda (in memorian).
Foto mostra José Kimei Tobaru, Obed de Souza (in memorian), Flavio Bertoni (in memoriam), Jonas Escórcio Neto e Alfredo Pinto de Arruda (in memorian).

Mas por trás dos registros, o que não falta é saudade e história para contar. As fotos revelam também a paixão de Radi pela fotografia, que se considera um fotógrafo amador desde 1965, quando estava no segundo ano de Medicina.

“Minha primeira câmera foi Giroflex, quadrada, de fotos 6x6. A segunda foi Olimpus Pen EES2, que tenho guardada até hoje. Minha câmera mais importante profissionalmente foi Nikon F, câmera profissional, cara”.

Radi lembra que naquela época, a câmera lhe custou 10 meses de trabalho no Pronto Socorro da Santa Casa. “Tenho até hoje. Com ela fiz milhares de fotografias médicas, que foram importantes na minha vida como professor da UEMT e na UFMS. Era câmera de alta definição”.

Hoje, ele coleciona uma Nikon D 200m Nikon D 800, Sony HX-400 e Sony Nex 7. É ele quem ensina os amigos mais antigos a dominar também os efeitos de câmera do celular e a fazer vídeos para registrar a trajetória dos netos.

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Fotografia é arte, compulsão, sensibilidade. É a procura continua, sem pressa, de algo a ser congelado para a eternidade num simples clique”, resume. “Nós só damos o devido valor a uma fotografia, quando a revemos muitos anos depois. Dá uma saudade danada dos nossos pais, filhos, parentes, amigos, infância e juventude”, diz o médico.

Radi é natural de Ponta Porã e filho de pais libaneses, seu Amud Ali Jafar e Kadija Madlum, ambos falecidos. Desde pequeno, ele sentia que seria médico. Aos oito anos, fazia intervenções cirúrgicas arrancando as verrugas dos amigos, usando um caco de vidro como bisturi – não façam isso hoje, por favor.

Com a morte precoce do pai, ele se mudou ainda na infância para Campo Grande, onde passou a estudar com os irmãos no Colégio Dom Bosco. Terminou o ginásio em 1955 e o científico em 1958, depois serviu o Exercito por um ano e em 1959, mudou-se para o Rio de Janeiro para realizar o sonho de fazer Medicina.

Naquela época, a concorrência era maior lembra. “Pois o Brasil dispunha de apenas 33 escolas de Medicina”. Mas Radi foi aprovado e concluiu a faculdade em 1969. Depois de duas pós-graduações, uma em Angiologia e outra em Cirurgia Vascular, o médico começou a trabalhar em Campo Grande conquistando em seguida diferentes cargos, homenagens e votos de louvor, tanto pelo exercício da Medicina quanto pela fotografia.

Por isso, quando postou as fotografias dos médicos e amigos, o que não faltou nas postagens foram lembranças e saudades. “Os médicos eram grandes amigos das famílias e todos ali exerciam a profissão com muito amor. Alguns já partiram, outros estão aposentados e há quem ainda atenda, mas o que não falta nessas fotos é o amor pela Medicina e pela vida”.

Radi também se orgulha de ter sido inspiração e professor de uma geração de médicos vasculares que atuam em Campo Grande. Hoje, além da fotografia, sua paixão também é o Flamengo. Firme na profissão, ele atende no consultório quase todos os dias.

Veja mais fotos de Radi na galeria abaixo.

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