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Comportamento

Na APAE, alunos mostram força no muay thai e dão show de amizade

Em cada aula, animação e incentivo são constantes entre os praticantes da atividade

Jéssica Fernandes | 02/04/2022 07:40
Alunos treinam movimentos no começo da aula. (Foto: Jéssica Fernandes)
Alunos treinam movimentos no começo da aula. (Foto: Jéssica Fernandes)

Empolgação, vontade de lutar e disciplina não faltam entre os alunos do CEDEG (Centro de Educação Especial Girassol) que praticam muay thai e taekwondo na unidade da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Durante as aulas, ministradas pela professora Elizandra Rodrigues Garcia, de 45 anos, os educandos trabalham a flexibilidade, mobilidade e autoconfiança.

A iniciativa começou em 2017, foi interrompida durante a pandemia e retornou em fevereiro para a alegria dos jovens e adultos que exercem o esporte. Realizada três vezes na semana, as aulas são em grupo, porém a Elizandra trabalha de forma individual as necessidades e limitações de cada aluno.

O Lado B acompanhou a turma de sexta-feira (01), que é composta por homens e mulheres de diferentes idades. Na ocasião, a professora comentou mais sobre o projeto e a forma como ele é desenvolvido. “Nós temos uma equipe multidisciplinar, então, para cada aluno, fazemos um estudo de caso. Isso é feito para melhorar a qualidade de vida e trazer benefícios em todos os aspectos”, afirma.

Elizandra (à direita) é responsável por lecionar as aulas do projeto. (Foto: Jéssica Fernandes)
Elizandra (à direita) é responsável por lecionar as aulas do projeto. (Foto: Jéssica Fernandes)

Além de afastar o sedentarismo, a execução das duas modalidades é uma oportunidade para que os alunos se destaquem e participem das Paralimpíadas. Como o muay thai não é uma modalidade olímpica, os estudantes disputam um lugar no pódio através do taekwondo.

A coordenadora de atividades complementares da APAE, Creyd dos Santos Batista, explica como funciona a seleção entre as turmas. “No momento das aulas, o professor tem a possibilidade de verificar o perfil do aluno para competir. Além de trabalhar todo aspecto amplo de aprendizagem, cognitivo e relação espacial, nós vemos esse perfil para a competição", esclarece.

Aberta para alunos da Educação Infantil, EJA (Educação de Jovens e Adultos) e aqueles que estão inseridos no mercado de trabalho, as aulas de muay thai e taekwondo atendem mais de 35 pessoas. O fundamento dessas lutas são ensinados simultaneamente em cada turma para melhorar as funções cognitivas e motoras.

Giuliano fala sobre o apoio e incentivo entre os alunos. (Foto: Jéssica Fernandes)
Giuliano fala sobre o apoio e incentivo entre os alunos. (Foto: Jéssica Fernandes)

Entre os praticantes, está Giuliano Garcia Insfran, de 33 anos, que é estudante e funcionário na APAE. Ele comenta que, nas aulas, procura ajudar os colegas e manter o corpo em movimento. “Eu comecei a praticar agora, pois tive um problema na coluna e estou auxiliando os alunos. As aulas sempre são animadas, sempre estamos apoiando, torcendo e levando as crianças para cima”, ressalta.

O apoio é algo constante entre os alunos e presença garantida em toda aula. Ao decorrer de cada atividade, seja de ataque ou defesa pessoal, os jovens e adultos gritam incentivos de “você consegue” e aplaudem as conquistas dos colegas a cada movimento executado.

Maria de Virgens, de 40 anos, exerce diversos esportes na APAE e diz que é apaixonada pela luta. “Eu amo a minha vida e o muay thai é tudo para mim. Eu faço basquete, tênis de mesa e faço dança”, relata. Além de tudo, Maria garante que está “sempre animada” para as lições e o que mais gosta de praticar são os chutes da modalidade.

Clara Tais Cardoso é uma das praticantes da luta. (Foto: Jéssica Fernandes)
Clara Tais Cardoso é uma das praticantes da luta. (Foto: Jéssica Fernandes)

Não são só os praticantes do esporte que ficam felizes, Edna Francisco Cardoso, de 57 anos, é mãe de uma das alunas e fala sobre o impacto positivo que as aulas tiveram. Ela comenta que a filha Clara Tais Cardoso, de 26 anos, pratica muay thai desde antes da pandemia. “Ela fica super animada, é uma alegria, ela fala que é algo que dá muito prazer para ela”, ressalta.

Embora o trabalho exija muita dedicação, esforço e atenção às especificidades de cada participante, a professora Elizandra finaliza a entrevista dizendo que é algo gratificante participar do projeto. “A transformação na vida deles, nada paga isso, ver o olhar de superação e alegria. Saber que eles são capazes e trazer o bem-estar não tem preço”, conclui.

Aulas são ministradas três vezes na semana para diferentes turmas. (Foto: Jéssica Fernandes)
Aulas são ministradas três vezes na semana para diferentes turmas. (Foto: Jéssica Fernandes)

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