Na folia, maior dor de cabeça é o "Mijão da Esplanada"; Que tal colaborar?
Depois da bebedeira muita gente sai fazendo "xixi" onde não deve
O Carnaval de rua em Campo atrai milhares de pessoas aos desfiles pela Esplanada Ferroviária. Mas na contramão da folia, sobra dor de cabeça para quem acorda no dia seguinte com o cheiro de urina nas ruas e na porta de casa. O que faz muito vizinho passar à noite acordado para não correr o risco de os mijões invadirem a residência.
Neste ano, após muitos impasses entre moradores e blocos carnavalescos sobre ter ou não Carnaval na região histórica da cidade, o que resta por parte da vizinhança é pedir consciência e colaboração aos foliões para que a festa seja prazerosa.
Por isso, alguns deles já estão se preparando para curtir à folia e, ao mesmo tempo, impedir que os mijões de plantão entrem em cena. A enfermeira Rita Cesco, de 34 anos, resolveu abrir o banheiro da própria residência na Rua Temístocles, para aluguel. Por R$ 2,00 o folião pode aproveitar um banheiro limpinho e com papel higiênico.
A tarefa iniciou ano passado, depois do cansaço em ficar cuidando para ninguém urinar no quintal. “Não adianta falar, infelizmente as pessoas não respeitam. Eu acordava no outro dia e meu muro estava todo mijado. Lavava e o no dia seguinte era a mesma coisa”.
O aluguel do banheiro não foi o fim dos problemas, mas minimizou o número de foliões tentando invadir o quintal. “Melhorou um pouco e ainda deu para ganhar uns trocados. Mas o povo tem que colaborar”.
Para fugir da folia e, principalmente, dos mijões, tem vinho que prefere pegar a estrada. “Tem vezes que a gente viaja, é muito barulho, muita bagunça, então aproveito o feriado para descansar. Mas o problema do nosso Brasil é educação, enquanto as pessoas não se conscientizarem que fazer xixi é desrespeitar o outro, as coisas não vão melhorar. Ano passado chegaram a defecar no meu jardim”, diz o aposentado Joaquim Nazareth do Carmo, de 52 anos.
O aposentado José Dias, de 62 anos, vive em uma das casinhas tombadas como patrimônio histórico que também é alvo dos mijões, homens e mulheres. Mas acostumado, ele já evita falar com quem mija. “Eu não ligo para isso não, tem acontecimentos que duram o ano inteiro e ninguém fala nada. Mas acho que se todo mundo colaborasse a gente sujaria menos o nome do nosso Carnaval de rua”, diz o aposentado que também aproveita a folia para vender cerveja.
Mas para quem teve até o cachorro sendo atingido por urina, a chateação é ainda maior, explica o chef de cozinha Ricardo. “Não adianta falar, eles mijam dentro do meu portal olhando para minha cara, até com o cachorro na calçada. É muita falta de educação”, desabafa.
Na busca de minimizar os problemas, no ano passado os blocos solicitaram à Prefeitura cerca de 200 banheiros para os dias de festa, mas somente 60 foram disponibilizados. Neste ano, a administração municipal confirmou 100 banheiros químicos na Esplanada Ferroviária, “número considerado insuficiente pela direção do Valu, para atender a demanda de público que, este ano, deve passar dos 30 mil foliões em cada uma das duas festas do Cordão”, disse a organização em nota.
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