Nem viajar ou cair na balada, o desejo do pós-vacina é abraçar sem medo
Aquela viagem de bate-volta ou a saidinha do "velho normal" na noitada não se compara a dar um abraço apertado em quem a gente ama
Você já parou para pensar qual seria seu principal plano para o pós-vacina? Pois bem, esta foi exatamente a pergunta que o Lado B trouxe na enquete de ontem (10). Entre as três alternativas – "viajar", "cair na balada" e "abraçar as pessoas" – ganhou a última: para 55%, poder voltar a dar um abraço apertado e sem medo deu de mil a qualquer bate-volta ou saidinha descontraída na noitada campo-grandense.
Não poderia ter sido diferente. O que o povo mais sente falta é da proximidade, do calor e afeto tão comum ao brasileiro, afinal somos movidos ao encostar uns aos outros – é a nossa característica latina e linguagem corporal. Mesmo quem não é muito chegado a isso vem estranhando a falta de "toque" que a pandemia da covid-19 obrigou.
"A gente gosta é de pegar, de sentir. Eu que sou mais retraída ao abraço e até dos beijinhos de cumprimento venho sentindo falta de tudo isso", admitiu Ana Paula Souza, 35 anos. A amiga ao lado, Jéssica Costa, de 29, acrescentou: "quando a vacina sair, o abraço agora vai ser um tranquilizador, de voltar a se relacionar com os amigos e pessoas desconhecidas sem medo, de fazer aquela visitinha interrompida aos familiares".
A mesma coisa pensa o casal Oscar e Claudineia Martins, de 32 e 29 anos respectivamente. Por mais que ainda tenham o costume de abraçar Sofia, a filha pequena de 5 aninhos, estão há quase 1 ano – desde quando a pandemia começou – sem visitar os parentes.
"Com a vacina, poder dar aquele abraço apertado vai representar um ato seguro de liberdade. Mesmo sem tirarmos a máscara, já vai ser muito bom não ter que só ficar com o corona na cabeça", comentam.
Mas também tem aqueles que estão loucos por uma viagem para bem longe do vírus. Com seus dois filhos, a menina de 4 anos e o menino de 8, a mãe Luciana Bernardes só pensa em uma boa temporada de turismo em família.
"Proporcionar novas memórias a eles dois já que no último ano não tivemos grande coisa. É o sair da rotina, ter um momento de lazer fora de casa. Mas, principalmente, não ter que usar mais a máscara. Incomoda demais", confessa.
A opinião é a mesma para a família Mareco. Se Leiza pudesse, iria direto para a praia, "bem longe daqui". Já o filho mais velho Douglas Murilo quer mesmo é se enfiar no mato, na fazenda – "quem sabe curtir uma praia de rio" bem diferente da mãe, ela que está louca para ver o mar. Agora, se tratando de João Victor, de 16 anos, a idade impede o jovem de "cair na balada", então o jeito é ficar nas outras duas alternativas: sonhar com um bate-volta e também de voltar a abraçar um outro alguém.
Já para Vitória Rodrigues, 18 anos, voltar a viajar significaria também voltar a competir. Ela, que é atleta de caratê, passou o ano de 2020 inteirinho sem nenhum campeonato. "Nem penso no lazer, só gostaria de voltar a fazer o que eu mais gosto, que é lutar no koto (quadrado 8x8 metros onde a luta tem lugar). Mas só depois que eu estiver vacinada mesmo", garante.
Na enquete, apenas 7% dos que responderam avaliaram "cair na balada" como a primeira coisa a se fazer quando a imunização for uma realidade. Os amigos Ketlyn Santana, 20 anos, e Arlindo Junior, 31, admitem: estão loucos para voltar a "sarrar a bunda no chão" assim que tiverem a oportunidade.
"Viajar é cara demais e abraçar eu já faço isso dentro de casa. O que quero mesmo é voltar a tomar umas com os amigos, isso sem medo, e de ficar no esquema do #partiubalada", desejam.
Se pudessem hoje, iriam direto para um baile funk. "O 'coronga' tá impedindo muita coisa de acontecer na nossa vida, então só de voltar a dar aquela sarrada, nem encher a cara, apenas dançar numa boa, sem máscara, já vai ser super libertado. É voltarmos a fazer o que quisermos, na segurança de dar uns beijos sem medo do vírus".
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