Paixão por Okinawa fez Crystian virar sensei de sanchin e ganhar título
Após ganhar título de 'Embaixador da Boa Vontade Okinawa’, ele precisa de ajuda para viajar rumo ao Japão
Crystian Proença chegou à Associação Okinawa de Campo Grande na adolescência. Após ouvir o som do sanshin, que é um pebolim de três cordas, ele ficou encantado e quis aprender a tocar o instrumento. Hoje, aos 30 anos, ele é sensei de música clássica e foi o primeiro não descendente do Estado a receber o título de ‘Embaixador da Boa Vontade Okinawa’.
Após receber a honraria, o estudante de biologia foi convidado a visitar o Japão e acompanhar durante um mês as aulas na academia Nomura Ryu Ongaku Kyokai, que na cidade de Okinawa. Com as passagens compradas para 22 de outubro, Crystian irá realizar o sonho da adolescência, porém precisa de dinheiro para custear as despesas com locomoção e alimentação.
Por essa razão, ele lançou uma campanha e está aceitando doações de qualquer valor. Não importa a quantia, a ajuda será bem-vinda para quem é sanshinista desde os 14 anos e sempre sonhou com a oportunidade.
Veja o vídeo a seguir:
Ela fala mais sobre o instrumento e a expectativa de visitar a academia neste mês. “O sanshin apesar de ser um instrumento muito simples, é centenário, então você aprende vários estilos diferentes. [...] Eu toco música clássica, finalmente vou poder visitar a minha academia e aprender direto da fonte. Eu tenho o convite do presidente”, diz animado.
Sensei de música clássica de Okinawa há quatro anos, Crystian dá aulas na associação desde 2012. Sem ter nenhum parente ou laço familiar com descendentes de Okinawa, ele se envolveu na instituição após fazer uma visita com o amigo.
“Eu vim visitar a associação, estava acontecendo um evento, passei por uma salinha e estavam tocando sanshin. Eu escutei, fui dar uma olhada para ver o que era e perguntei para o rapaz: ‘Como eu faço para aprender?’ Eu fiquei super encantado e a partir disso conheci meu sensei”, recorda.
Caçula na turma formada majoritariamente por pessoas mais velhas, ele foi acolhido pelos integrantes da associação. “O mais novo depois de mim tinha 60 anos, eu era o mascotinho do pessoal, eu acabei virando netinho”, ri.
Ao mencionar as dificuldades, Crystian fala que a primeira e única foi compreender o idioma. “A minha barreira principal no início era a língua. O próprio ensino da música e instrumentos de Okinawa não eram traduzidos. Eu tive que aprender japonês”, explica.
É com encantamento e respeito que ele relata o contato que tem com a cultura okinawana. Ao contar o que mais admira, ele cita dois princípios. “Principalmente pelos valores. O okinawano carrega valores por essas questões de estudo e trabalho”, resume.
Embaixador da Boa Vontade - Crystian e outras 10 pessoas receberam o título na semana passada. Feliz com o reconhecimento, ele comenta qual é o significado de ser Embaixador da Boa Vontade.
“É alguém que preserva a cultura de Okinawa fora ou dentro da província. Nesse caso é alguém que se compromete a continuar fazendo isso e divulgando. Ele representa Okinawa, mas não como embaixador. É um título e daqui sou o primeiro não descendente do Estado”, explica.
Agora, ele se prepara para a viagem. Quem quiser contribuir, o PIX do sensei é (67) 9.8146-3485
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