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Comportamento

Para salvar árvores nativas, família roda o Brasil coletando sementes

Viveiro da família fica em Campo Grande, onde eles produzem cerca de 20 mil mudas por ano

Por Idaicy Solano | 23/01/2025 06:48

Família composta por um pesquisador e produtor de mudas nativas, uma jornalista e um criador de conteúdo, decidiram unir forças com um propósito em comum: “mergulhar” na biodiversidade brasileira para coletar, pesquisar, documentar e plantar árvores.

Unindo os conhecimentos de cada um, o casal Lu Bigatão Rios e Nereu Rios, junto ao filho, Igor Rios, viajam por diversos estados brasileiros em busca das “caixinhas de joias” - expressão utilizada pela família para definir as cascas onde as árvores produzem e guardam as sementes.

As expedições rendem à família uma verdadeira imersão, não apenas na vasta biodiversidade, mas também à cultura de diversos povos brasileiros, para documentar o trabalho de coleta das sementes, a identificação das árvores nativas, além de ensinar a como plantar, e o mais importante: o incentivo a preservação do meio ambiente.

A família possui um viveiro em Campo Grande, onde realizam o plantio de mudas com as sementes que coletam durante as expedições, que acontecem duas vezes por ano, principalmente pelos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.

O viveiro, que está na ativa há mais de 30 anos, produz cerca de 20 mil mudas por ano. Algumas sementes também são enviadas para o viveiro da Águas Guariroba, onde Nereu é gestor há 14 anos. “Lá são produzidas cerca de 80 mil mudas por ano. Nesse período já foram quase 1 milhão de mudas nativas produzidas”, completa Lu.

Para salvar árvores nativas, família roda o Brasil coletando sementes
Coletas de sementes de ipê rosa El Salvador (Foto: Arquivo Pessoal)
Para salvar árvores nativas, família roda o Brasil coletando sementes
No fundo da foto, frutos de chichá, no centro, sementes de puçá recém lavadas, e na frente, frutos de mangaba e um tipo de pinha, coletados pela família (Foto: Arquivo Pessoal)

Com o objetivo de ampliar o acesso às informações obtidas nas pesquisas e conscientizar a população acerca da preservação do ambiente, há dois anos a família começou a publicar o conteúdo das expedições nas redes sociais.

O casal e o filho somam mais de 100 mil seguidores, além de mais de um milhão de visualizações, provando que há por aí milhares de pessoas que, assim como eles, também estão dispostas a preservar a fauna e a flora.“Nós ficamos surpresos com a repercussão, pelo interesse do público pelas árvores e sementes”, expressa Lu.

Nereu destaca que a verdadeira importância e objetivo do canal é incentivar as pessoas a aproveitarem melhor o quintal de casa e as chácaras e a conhecerem as árvores frutíferas brasileiras. “O mundo precisa dessa consciência ambiental. Todo mundo pode ter um pé de pitanga em casa, pode ter um pé de marmelinho, de jabuticaba, bacupari”.

Nereu opina que sente falta de um maior incentivo por parte do poder público, em relação à conscientização da população sobre a flora brasileira, no entanto, a repercussão dos vídeos impressionou o pesquisador, que considera o resultado de seu trabalho gratificante, apesar de cansativo.

“O que nos alimenta são as mensagens que a gente recebe do Brasil inteiro e até de outras partes do mundo, emanando energia positiva. Não é uma coisa profissional, é uma coisa de fundo de quintal, mas que tem dado uma repercussão até a nível mundial”, destaca.

Quem quiser acompanhar o trabalho da família, além de aproveitar para pegar umas dicas de plantio, cuidado e curiosidades sobre diversas árvores, o conteúdo é divulgado no Instagram @arvoreserios e no canal do Youtube Árvores e Rios.

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