Professora viaja 90 km para entregar atividade a aluno sem internet
Amor pela educação é o que a leva a professora Fátima a decorar o carro e percorrer estrada para levar atividade aos alunos
Não tem estrada com lama ou esburacada que impeça a professora Maria Fatima Diaz, de 52 anos, de uma escola pública de Porto Murtinho, de viajar 90 quilômetros a cada 15 dias para entregar o caderno de atividades aos seus alunos de uma escola rural na região.
Como parte desses alunos não tem acesso a internet, ela decorou o próprio carro e fez questão de levar o material feito por ela e outras professoras da escola onde trabalha para seus alunos não ficassem sem fazer os exercícios. A cada retorno ela pega as atividades para correção e, se necessário, tira dúvida de cada aluno com a maior dedicação.
“Como estamos em aulas remotas e preparando as atividades, alguns alunos não poderiam ficar sem acesso ao material só porque no retiro onde vivem não tem acesso à internet, então eu seleciono as atividades de acordo com o planejamento e levo tudo impresso.”
Para a surpresa ser ainda maior, a professora decora o carro e chega com a alegria de quem ama entrar numa sala de aula. “Vou com toda felicidade do mundo, é uma alegria. Assim que entrego as atividades, os pais assinam o termo de recebimento e eu também vejo o sorriso dos meus alunos.”
No retorno, em caso de dúvidas, os pais separam uma mesa na varanda onde a professora senta e explica detalhadamente o conteúdo, mantendo a distância necessária, claro, para não colocar seus alunos em risco.
O investimento vem do próprio bolso, mas ela jura que não há dinheiro no mundo maior do que a satisfação em ver os seus alunos aprenderem. “Eu sinto que é minha maior responsabilidade esses alunos. Eu fico muito apreensiva com toda essa situação que estamos vivendo, mas essa é a maneira que eu encontrei de continuar ensinando e fazer eles sentirem o amor pela sala de aula, até tudo voltar ao normal.”
Sobre os motivos que levam ela a percorrer 90 quilômetros sem nenhuma preguiça ou falta de sorriso no rosto, ela completa. “É uma responsabilidade que eu tenho como a educadora que eu sou e jurei ser desde a minha formação há 30 anos.”
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