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Comportamento

Tininha aprendeu fazer tranças para não ter o cabelo raspado pelo pai

Após muito choro, Angolana também se jogou na arte de trançar cabelos e hoje faz o maior sucesso

Suzana Serviam | 03/10/2021 08:43
Albertina tem mais de 30 de experiência em cabelos trançados. (Foto: Suzana Serviam)
Albertina tem mais de 30 de experiência em cabelos trançados. (Foto: Suzana Serviam)

Depois de muito choro, Albertina Bravo da Costa, conhecida como Albertinha ou Tininha, teve que aprender, sozinha, a arte de trançar cabelos. Hoje, ela faz isso como ninguém. Mas as lembranças desse desafio fazem a mulher se emocionar até hoje.

"Na minha casa eram sete mulheres e dois homens. Minha mãe trabalhava fora e meu pai ficava com a gente na loja. E os cabelos crespos, ele não gostava, sabe? Não gostava de ver nossos cabelos para cima. Ele até sabia cortar cabelo, mas o masculino. Então, ele cortava o cabelo de todo mundo, igual de homem, cabelo raspado. Uma vez, eu chorei tanto", lembra a cabeleireira, de 45 anos

Foram as lágrimas e o desejo de ter o cabelo maior que fizeram a cabeleireira passar dias em frente ao espelho até conseguir fazer o primeiro trançado. Desse dia em diante, cada fim de semana era um penteado diferente nela e em suas irmãs. "Hoje, estou vivendo disso, por incrível que pareça, acho que meu pai nem acreditaria", comenta Albertina com um sorriso orgulhoso.

Esse penteado se chama nagô. (Foto:@studiotininha)
Esse penteado se chama nagô. (Foto:@studiotininha)

O pai e a mãe de Albertina faleceram quando ela já estava no Brasil. Sua mãe partiu primeiro, mas a cabeleireira só soube quatro dias depois. "Naquela época a comunicação não era como é hoje", conta emocionada. Na vez do pai, ela conseguiu se despedir. Mas a saudade aperta até hoje.

A vinda para o Brasil ocorreu em um período de conflitos na Angola. Por aqui encontrou seus tios que a receberam para viver na capital sul-mato-grossense. Arrumar emprego não foi difícil diante do talento. Trabalhou em salões no centro da cidade fazendo qualquer tipo de trançado. Se aperfeiçoou fazendo cursos. Até que se encheu de coragem para abrir seu próprio negócio junto com sua sócia.

Hoje o atendimento ocorre mediante agendamento e o valor do trabalho varia, tudo depende do estilo. Um exemplo é o nagô,  a partir de R$ 20,00. Se for trançado, apenas na lateral do cabelo. Quem quiser conhecer o trabalho de Albertina o endereço é rua José Antônio, 563 - Centro e o telefone para agendamento é o (67) 99284-2478.

Trança estilo boxeadora. (Foto: @studiotina)
Trança estilo boxeadora. (Foto: @studiotina)

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