Nem cercadinho impede passagem na grama no canteiro da Afonso Pena
A Prefeitura bem que tentou evitar que os pedestres “mal acostumados” continuassem a atravessar o canteiro central da avenida Afonso Pena, em Campo Grande, mas a ideia de cercar a área parece não ter dado certo.
É que ao invés de cruzar a via pela faixa de pedestre, muitos preferem ignorar as placas e, claro, a área cercada.
”O pessoal pula a cerca”, comenta Jackson da Silva Ferreira, de 24 anos, fiscal de uma loja localizado no cruzamento da Afonso Pena com a rua Pedro Celestino.
A ideia da Prefeitura, declarou, é válida, mas o cercamento, além de tirar a beleza do canteiro, não teve efeito. As cercas, segundo o fiscal, foram colocadas cerca de 15 dias atrás.
O fiscal defende uma campanha de conscientização. “Colocaram e não divulgaram”. Já a professora Marta Miyhira, de 54 anos, afirma que o que falta mesmo é educação.
“Tem que cercar mesmo porque senão todo mundo atravessa”, opina. Mas a cerca, afirmou, “não tem sentido” e dificultou a vida dos pedestres. O ideal, segundo a professora, seria construir uma passarela. Uma forma de evitar acidentes. Além disso, facilitaria a travessia. A artesã e artista plástica Alice Trauy, de 56 anos, concorda.
“Fica feio cercado, mas o povo não respeita. É do ser humano”, relata. Alice propõe a instalação de passarelas elevadas ou corredores em todos os canteiros, como os que têm em frente à praça do Rádio Clube.
A medida, opina, não prejudica o paisagismo da via. Secretária de uma empresa localizada na Afonso Pena, Luciene Flávio, de 32 anos, gostou da ideia e diz que “agora é obrigada a atravessar na faixa”. Preocupação que não tinha antes.
Para a secretária, não há necessidade de propaganda para conscientizar a população, primeiro porque a área está sinalizada e, depois, campanhas como a “Pedestre eu cuido” já foram suficientes. “Acabou conscientizando bastante”, afirma.
Mas, ao que tudo indica, nem todos aprenderam ou ainda fingem que não entenderam o recado. Mesmo cercada, é comum ver pedestres no meio do canteiro, “pulando a cerca”, como relatou o fiscal de loja Jackson da Silva.
Na semana passada, Silvana Rodrigues Teixeira, de 40 anos, era uma delas. A cabeleireira foi ao centro, e quanto foi atravessar a via, pelo canteiro, percebeu que a área estava cercada.
“Achei horrível, porque a Afonso Pena ficou sem lugar para estacionar e quando a gente estaciona ainda tem que andar uma quadra para atravessar a rua”, comenta. “Se quer preservar, coloca uma passarela para facilitar”, completou.