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Consumo

Caçador de antiguidades monta loja com peças que têm valor até pela ferrugem

Mariana Lopes | 27/09/2017 06:26
Bicicleta no estilo "rat rod", montada por Erich (Foto: André Bittar)
Bicicleta no estilo "rat rod", montada por Erich (Foto: André Bittar)

Na fachada toda preta, o nome em letras garrafais foi escrito para chamar a atenção de quem passa pela rua. Algumas peças na vitrine, como uma TV dos anos 1950, reforçam que a loja tem algo diferente. Ao passar pela porta, a sensação é de uma viagem no tempo e não é difícil se pegar procurando por algo que lhe afague a memória afetiva. Com peças espalhadas do chão ao teto, o espaço tem cheiro de nostalgia.

Caçador de antiguidades, Erich Pontes, 43 anos, entrou para este mercado há 5 anos e se apaixonou completamente pelas "coisas" que muitos consideram lixo. Ele começou a comprar os produtos antigos em feiras consagradas de São Paulo, até acumular tantos objetos que não era mais capaz de serem armazenado na casa dele. Mesmo com o ritmo de feiras por aqui, a venda ainda era limitada. Foi então, que teve a ideia de abrir uma loja.

No local, um dos produtos que mais chama a atenção é uma bicicleta no estilo "rat rod", que foi toda produzida por Erich. O quadro ele usou o de uma Caloi Cruise e manteve a pintura original. Ele acrescentou uma roda aro 26, com o pneu na cor bege claro. O guidão é uma peça do início do século passado, o banco também é antigo, todo em couro. E, de "brinde", a bike ainda vem com a bomba de encher o pneu e um sinaleirinho. A obra finalizada é vendida a R$ 2 mil.

Herança de família, relógio tem mais de 110 anos (Foto: André Bittar)
Herança de família, relógio tem mais de 110 anos (Foto: André Bittar)
Do teto ao chão, loja tem cheiro de nostalgia (Foto: André Bittar)
Do teto ao chão, loja tem cheiro de nostalgia (Foto: André Bittar)

Nas andanças atrás de peças antigas, Erich conseguiu montar uma loja com muita variedade. Sobre alguns objetos, inclusive, é preciso fazer um esforço para imaginar o que levaria uma pessoa a investir uma boa grana naquilo. Exemplo disso é uma roda de avião teco-teco que há exposta para venda. Ou então, um par de patins para gelo, placas com nome de ruas, caixa registradora, enceradeira, prensa tipográfica dos anos 1950, roda de lambreta, ente outros produtos raros.

"Muita coisa aqui até pode ser funcional, como as luminárias por exemplo. Mas a maioria é só pra decoração, dá um clima vintage muito bacana", explica o comerciante. Muita coisa também recebe uma releitura, como por exemplo um semáforo para pedestre que Erich transformou em uma luminária bem original.

Sobre o público consumidor, o comerciante diz que o nicho melhorou muito, mas ainda falta esta cultura de antiguidade no campo-grandense. "às vezes tenho uma peça super bacana, em um preço ótimo, mas acabo vendendo para alguém de fora", relata.

Contudo, a loja, que fica na mesma rua que uma escola de ensino médio, ganhou um público inusitado. "A gurizada passa aqui e fica alucinada", diz Erich, com certo orgulho de proporcionar este encontro de gerações através do mundo que ele criou. "A parte mais massa é a caça, encontrar as peças".

A loja Coisa das Antigas fica na rua Eduardo Santos Pereira, 501.

 

Caixa registradora (Foto: André Bittar)
Caixa registradora (Foto: André Bittar)
Jogos antigos (Foto: André Bittar)
Jogos antigos (Foto: André Bittar)
Impossível ficar dentro da loja sem procurar algo que lhe afague a memória afetiva (Foto: André Bittar)
Impossível ficar dentro da loja sem procurar algo que lhe afague a memória afetiva (Foto: André Bittar)
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