Celular de bêbado não tem dono! Na balada, quem exagera perde a razão
Ir para a balada e ter algum pertence pessoal afanado causa uma dor tremenda no bolso. Se isso acontecer, você pode recorrer à Justiça para o ressarcimento, a não ser que a organização do evento ou os donos do local consigam provar que você exagerou na bebida.
E não adianta dizer que a culpa é do open bar, da propaganda desenfreada para o consumo de bebida, do estimulo das casas noturnas e promotores de eventos à bebedeira desregrada. Só quem vai pagar o pato é quem exagerou.
Na última terça-feira, o Villa Mix ficou mais famoso por causa dos ladrões, do que pelos grandes nomes do sertanejo que se apresentaram por lá. Cerca de 130 pessoas foram furtadas.
O vendedor Matheus Soares conta que o dele foi roubado logo após o show do Luan Santana, enquanto ele e amigos voltavam para o camarote do evento. “Estávamos voltando e uma amiga sentiu o celular sendo tirado da calça, quando todos olhamos os bolsos ninguém mais estava com celular”, relata.
Ele diz que não estava bêbado e que o roubo aconteceu por conta do tumulto mesmo. Após o fruto, eles procuraram a organização do show e depois foram para a delegacia fazer o Boletim de Ocorrência. Segundo o advogado especialista em direitos do consumidor Jean Rommy isso deve ser feito o mais rapidamente possível.
“Se a situação acontecer por falta de organização, como um tumulto ou falta de espaço, a responsabilidade é toda da produção do evento. Eles têm que ressarcir a vítima, já que o serviço não foi prestado de forma adequada”, explica. Ter a nota fiscal também ajuda na hora do B.O.
Agora, os organizadores de um evento podem alegar que a pessoa estava bêbada. Mas mesmo num open bar, cabe a eles provar que isso realmente ocorreu, com imagens de circuito de segurança, por exemplo.
Caso seja verdade, a vítima não será ressarcida. “Neste caso, eles somente prestaram o serviço que prometeram, se a pessoa está bêbada, inclusive, fizeram este serviço muito bem”, diz o advogado sobre a qualidade do serviço dos garçons.
Existem outras situações que a pessoa lesada precisa ter cuidado, como se ela esquecer o celular em cima da mesa ou deixar ele cair e não encontrar mais, assim ela é a única responsável pelo prejuízo.
A regra também vale para outros pertences pessoais, como carteira, bolsa, entre outros.
No caso de dinheiro vivo, isso é um pouco mais difícil de ser reavido. “A pessoa tem que provar o quanto ela tinha, não adianta dar só a palavra”, avisa Jean.