Haja espírito natalino quando o trabalho é triplo em salões de beleza e padarias
Dá dó ao ver os funcionários descabelados nos salões de beleza e padarias de Campo Grande. São os setores onde o povo mais rala na véspera de Natal. É gente se arrumando para a festa, retirando a ceia de Natal...E haja espírito natalino para quem, muitas vezes, atrasa as comemorações em família, para ficar no trabalho.
Nos salões de beleza a demanda é grande, exige força-tarefa e até contratação de funcionários extras. Na Rua Dom Aquino, por exemplo, o Centro de Beleza Maria Bonita estendeu de 18h para até 21h o horário de funcionamento e quase não dá conta.
Além dos 18 profissionais contratados da empresa, mais três temporários tiveram de ser admitidos para atender a demanda de até 300 clientes por dia.
“O clientes deixam tudo para última hora, mas, aqui no salão atendemos com hora marcada. Até convencer o cliente que a agenda esta cheia até o Natal, demora”, conta a gerente Melissandra Lelis.
Ela diz que as manicures são as mais procuradas nesta época. Uma delas é a Rúbia Sousa dos Santos, que devido aos 10 anos trabalhando na área, até se acostumou com o trabalho intenso de fim de ano. “Diversas vezes clientes chegam querendo que a gente simplesmente desmarque a preferência, para atender elas”, lembra. A rotina de trabalho intensa segue até as 21h de hoje. “Ainda dá pra curtir as festanças”, ri.
A véspera de Natal vai ser de fluxo intenso para atender a praticidade. Na padaria + Que Pão, da Eduardo Elias Zarhan, se o cliente quiser até o Tender ele acha. As pessoas encomendam do arroz até os doces da ceia e haja correria para atender todo mundo. “Também temos a pronta entrega, o complemento do banquete. Empadões, tortas doces e salgadas, além dos panetones e bebidas”, avisa a atendente Márcia Rodrigues.
Hoje, o trabalho começou bem cedo, às 5h30 e segue até 20h da véspera de Natal.
Presentes - Mesmo com a extensão do horário de abertura das lojas até as 22h durante o período de festa, na Rua 14 de Julho, sempre tem os atrasadinhos. “Tem sempre quem chegue na hora em que estamos fechando, para comprar um calçado. As vezes vem toda família para garantir o presente, na última hora”, diz a atendente Natacha Barbosa, da loja Feirão dos Calçados.
Não perder o jogo de cintura e o sorriso, acaba se tornando item fundamental. “A gente tenta atender da melhor forma possível e faz de conta que não incomoda”, brinca.
Apesar de muita gente reclamar, movimento é algo para agradecer, diz a gerente da loja Doce Delírio, também na 14 de Julho. “Os clientes chegam a ter medo de vir, depois das 21h, nesse trecho da rua. Das vezes que estendemos o horário, as 21h30 já estávamos fechando”, diz a gerente loja Luci Vidal. A loja tem apenas 4 vendedoras, que estão dando conta do recado. Mesmo assim, a paciência tem que ser redobrada.
“Essa semana um casal esteve aqui e assim como fazemos com todos, oferecemos sucos, água, onde sentar. Acredita que o cliente ficou bravo de ser bem atendido?”, brinca. Situação curiosa em uma cidade onde todo cliente, reclama do mau atendimento nas lojas.
Dá tempo de ir curtir a ceia em família? – pergunto. “Dá tempo de sobra pra chegar em casa e alcançar a ceia de Natal em família”, comemora a vendedora, Zenaide Saider.
Marca registrada do período, o chocolate, por incrível que pareça, é um dos que tem menos procura nos últimos 4 dias antes das comemorações. “Quando chega os dias 23, 24, o movimento já começa cair. Mas isso porque os clientes já zeraram os estoques no dias anteriores”, explica o o gerente da Cacau Show, Rafael Orlandi.
Mesmo com a diminuição do movimento, ele calcula que até o dia 25, atenda cerca de 1000 clientes. Mais dois funcionários tiveram de ser contratados.