Salão tem cabeleireiro sociólogo, um quase engenheiro e até cantor de ópera
Largar uma profissão e investir em outra, completamente diferente, é decisão difícil, mas que tem suas vantagens se a parte financeira for das mais rentáveis. Na Chácara Cachoeira, um salão de beleza é a prova disso. Tem cabeleireiro sociólogo e até cantor de ópera, mas todos garantem: valeu à pena jogar tudo para o alto.
Formada em Educação Física, a empresária Denise Macedo, de 32 anos, chegou a dar aulas em academias, antes de abrir o negócio em 2013. Além da graduação, ela já havia estudado três anos Fisioterapia, até que a vocação falou mais alto. “Quando descobri que não era aquele o meu dom, que não era o que eu queria... Decidi largar tudo e investir no ramo da beleza”, conta.
Da experiência adquirida como funcionária em outros salões da cidade, surgiu a amizade com os profissionais, que hoje também são seus sócios. Ambos, tão inconformados quanto ela em determinado momento da vida.
O sociólogo Diego Felipe, de 29 anos, pensou que ser cabeleireiro seria apenas uma forma de pagar o curso universitário. O tempo passou, o tão sonhado diploma foi alcançado, mas a satisfação na carreira ele encontrou mesmo nos salões de beleza.
“O curso me interessava, mas a falta de opção no mercado de trabalho me fez querer mudar de área. Quis então me especializar no ramo da beleza e pra mim deu certo”, concluiu.
Mais curioso ainda, foi à troca do piano pelas tesouras, feita por Dêniz Procksch, outro parceiro no negócio. Além de pianista, o hoje maquiador e cabeleireiro foi também cantor de ópera. O instrumento, atualmente é apenas item de decoração de um dos 4 cômodos do salão de beleza, que ainda tem duas maquiadoras, uma delas professora e outra ex-acadêmica de psicologia.
Já o cabeleireiro de 28 anos, Rafael Hamamoto, nunca chegou a concluir o curso de Engenharia Mecânica, mas já se aventurou até no ramo da alimentação. Depois de retornar do Japão em 2009, as primeiras investidas empresariais foram na produção de bolos, sanduíches naturais, mas a verdadeira vocação ele descobriu mesmo, por acaso.
“Eu estava passando na frente do salão de um amigo meu e perguntei se ele não não estava precisando de um funcionário e me candidatei. Não foi nada pensado, mas eu não me arrependo” explica.
A decisão tomada por impulso virou profissão e é aperfeiçoada por Rafael, com cursos em algumas das melhores instituições de cabelo e beleza do País.
“Cada um foi descobrindo a vocação de trabalhar com beleza e abandonando suas antigas profissões”, conclui Denise. O espaço ainda tem massagista e atende de 200 a 300 clientes por semana.