Briga sem fim pela “Galinha Pintadinha” veio parar em Campo Grande
Os textos sobre a personagem mais famosa entre as crianças sempre começam assim: “mania nacional”. É o que melhor traduz a “Galinha Pintadinha”.
A fama é tanta que há anos uma disputa judicial sempre vem à tona quando a penosa azul surge na versão “Dudinha e a Galinha Pintadinha”, um espetáculo paralelo, que não tem relação com o DVD de sucesso gigante.
A peça teatral será exibida neste final de semana em Campo Grande, com duas sessões no Palácio Popular da Cultura, dia 27 e 28. Mas apesar de tudo certo, a postagem de uma matéria antiga nas redes sociais, causou a ira do responsável pelo espetáculo nesta terça-feira.
De São Paulo, o empresário Maciel Fama, da Fama Entretenimento, tratou de explicar por telefone toda a pendenga que já o acompanha desde o ano passado envolvendo a Bromélia Produções, responsável pelos DVDs da personagem.
Na versão dele, “não tem essa de Galinha Pintadinha original ou falsa. É um personagem de domínio popular. Minha avó cantava as músicas para mim. Ocorre que eles têm o DVD e nós a peça de teatro”, justifica.
Segundo o proprietário da Fama Entretenimento, em 2011 a empresa tentou um acordo com a Bromélia Produções. “Me trataram super mal e então verifiquei todo o aspecto legal para montar sozinho a peça. Os direitos autorais da Bromélia se limitam a caracterização visual.”
Mas é só chegar em algum local do Brasil para a polêmica começar. Nos últimos anos, os concorrentes já conseguiram liminar contra a peça em Minas Gerais, que foi derrubada em seguida, conforme publicações em jornais de Belo Horizonte.
Em São Paulo ocorreu o mesmo e desde 2012 o espetáculo "Dudinha e a Galinha Pintadinha" está em cartaz em São Paulo, no Teatro Brigadeiro, com sessões aos sábados e domingos. “Tivemos de montar dois elencos, um só para rodar o Brasil”, diz Maciel.
Apesar de haver “Dudinha” no roteiro, criado para pontuar a diferença em relação ao DVD, as músicas são as mesmas conhecidas pelas crianças. “São patrimônio nacional, como o Sapo não Lava o Pé, Mariana e a própria Galinha Pintadinha e o Galo Carijó”, comenta o empresário.
Ele diz que as canções têm outra roupagem, novos arranjos, mas continuam com a mesma essência. “Quem tem de decidir se é bom ou ruim é o público e nós vivemos com as sessões lotadas há um ano”, garante.
Maciel entrou na Justiça de São Paulo com ação para que a Galinha Pintadinha seja considerada de “domínio público”, conseguiu liminar para continuar com o espetáculo, mas o mérito ainda não foi julgado.
História - A Galinha Pintadinha faz parte do folclore brasileiro, sempre foi personagem da música “A Galinha Pintadinha e o Galo Carijó, a galinha usa saia e o galo paletó”. Mas ganhou a fama na era digital graças à internet e aos amigos om Juliano Prado e Marcos Luporini. Eles postaram no Youtube material que iriam apresentar à uma emissora de TV, que acabou esquecido ali.
Com o tempo, o clipe explodiu em acessos e os dois resolveram faturar criando a empresa Bromélia Produções. Gravaram 13 clipes com a Galinha Pintadinha e sua turma e lançaram o primeiro DVD, em 2008, vendendo 20 mil cópias de forma independente.
No ano seguinte, fizeram parceria com a Europa Filmes, depois com a Som Livre e conseguiram comercializar mais de um milhão de exemplares. O Lado B entrou em contato com a produtora, por telefone, e-mail e na página no Facebook,mas não conseguiu entrevistar nenhum dos sócios.
“Dudinha e a Galinha Pintadinha” terá duas sessões no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, às 18 horas dos próximos sábado e domingo. A peça tem duração de 75 minutos, e a classificação é livre. Os ingressos para os setores A, C, D, E, F custam R$60,00. Para o setor B, o valor sobe para R$80,00. Os ingressos estão à venda na loja Green, Imaginarium, Sésamo Gelateria e academia Body Trainer