Jogos online bombam porque, além de amigos, você pode fazer grana
Os chamados eSports encurtam distâncias e divertem sem aglomeração
Para tentar driblar a saudade dos encontros entre amigos no período de isolamento e restrições por conta da pandemia provocada pelo coronavírus, cada vez mais pessoas se renderam aos jogos virtuais. É o caso do estudante de jornalismo Fernando de Carvalho (22), que lembra como foi a descoberta do universo das competições online.
“Nós treinávamos praticamente todos os dias futebol, vôlei, basquete e, no começo, foi muito difícil não poder mais estar com a galera, não ter mais os treinos, não poder participar de competições e comemorar as conquistas com o pessoal, foi bem complicado. Aí a gente precisava encontrar alguma maneira de suprir a falta que esse convívio fazia”, relembra.
O ponta pé inicial para as disputas virtuais foi dado em reuniões com cerca de 20 amigos, com idades entre 19 e 29 anos. “A gente formou o eSports da atlética oficialmente em abril do ano passado. Quando tivemos vários campeonatos, nós tentávamos manter a rotina de treinos aos finais de semana, agora, é pelo menos a cada mês, porque não estamos participando de nenhum campeonato e alguns de nós já são formados, aí o horário não bate.
Comecei a jogar online em 2012, na época não imaginava as proporções que isso tomaria. Hoje, os clubes profissionais de futebol mantêm equipes, há competições de FIFA (jogo de futebol para vídeo game e PC). É incrível e, ao mesmo tempo, compreensível, pois com o eSports, eu pude sentir, mesmo que um pouco, a vivência dos jogos universitários, é possível trazer para o ambiente virtual a integração, a rivalidade, o companheirismo, ver despertar nas pessoas o interesse em começar a participar” completa.
Kleber Oliveira Fernandes (36), Presidente da Federação de Futebol Digital e Virtual de Mato Grosso do Sul também recorda o início. “Jogo desde 2006, desde os tempos dos corujões nas Lan Houses. Mas o tempo passou e, de lá pra cá, tudo mudou. A cada nova edição os jogos ganham gráficos ultra realistas e propostas desafiadoras”.
A paixão pelos jogos online começou a se mostrar um bom negócio não só para as empresas de tecnologia e produtoras de consoles e jogos. Numa escala mais modesta, dá pra ganhar uma grana participando de campeonatos. Entre os gamers brasileiros mais famosos e de maior faturamento estão Gabriel “FalleN” Toledo, de 25 anos, que já faturou US$ 740 mil em prêmios conquistados com o “Counter-Strike: Global Offensive” e Fernando “fer” Alvarenga , de 27 anos, que já ganhou US$ 738 mil em premiações também com Counter-Strike.
Por aqui, uma seletiva para o Brasileiro de Futebol Digital 2021 está prestes a acontecer. “Iniciaremos no final de setembro e esperamos reunir cerca de 64 jogadores para escolher 4 que representarão Mato Grosso do Sul no Nacional e concorrerão ao prêmio de R$ 10 mil. Para participar, o interessado precisa ter um Play Station 4, licença para jogar online o PES 2021 e uma internet de pelo menos 10 Mega. Quem quiser se inscrever, pode nos procurar na página da Federação, no Instagram, @ffdvms ou pelo WhatsApp (67) 67 99288-3399”, conta Kleber.
O mercado de jogos eletrônicos nunca esteve tão aquecido. Empresas especializadas, como a Nintendo, divulgaram resultados de encher os olhos. A gigante japonesa revelou lucro líquido de US$ 1,56 bilhão, em plena pandemia. Recentemente, a consultoria Alvarez e Marsal divulgou um estudo que aponta crescimento de 14,5% e faturamento de US$ 1,1 bilhão para o mercado de eSports em 2021.
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