Justiça pode decidir sobre shows só no dia da abertura da Expogrande
O impasse sobre a realização dos shows da 75ª edição da Expogrande vai perdurar até abertura do evento, na próxima quinta-feira (11). As duas ações judiciais para suspender as apresentações musicais no Parque de Exposições Laucídio Coelho só vão ser julgadas entre terça e quinta-feira. Apesar do suspense, 25 mil pessoas já compraram ingressos para os shows, que tiveram investimento de R$ 2,5 milhões, segundo a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).
A Justiça deu prazo de cinco dias úteis para a prefeitura se manifestar com a relação à Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) impetrada pelo procurador-geral de Justiça, Humberto de Matos Brittes, contra a Lei 214/2013, que permite a realização de shows no evento. O prazo foi estipulado pelo relator do processo desembargador Paschoal Carmello Leandro.
Outra ação impetrada pelos promotores Alexandre Lima Raslan e Eduardo Franco Cândia também tenta barrar a realização de eventos do Parque de Exposições. Neste caso, o magistrado responsável por julgar a ação, Amaury da Silva Kuklinski, da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, determinou um prazo de três dias para a Prefeitura e a Câmara apresentar uma justificativa. O prazo termina na segunda-feira (8).
Os promotores requerem multa de R$ 500 mil caso a Prefeitura descumpra a decisão. A alegação é de que a medida é inconstitucional.
Caso a justiça não permita a realização dos shows, o prejuízo estimado pela Acrissul é de R$ 2,5 milhões só com as atrações musicais. Entres os artistas contratados para se apresentar na feira estão: Sorriso Maroto, Victor & Léo, Paula Fernandes e Patati e Patatá. A expectativa de público nos 10 dias de evento (de 11 a 21 de abril ) é de pelo menos 300 mil pessoas.
De acordo com o presidente da entidade, Chico Maia, até está quinta-feira já foram vendidos 25 mil ingressos. Ele afirma que caso as decisões judiciais sejam favoráveis para não realização dos shows, corre o risco da feira ser cancelada. “Se for dessa maneira vamos acabar com tudo e fechar as portas”, dispara. No ano passado, Maia ameaçou cancelar a Expogrande, mas promoveu o evento sem apresentações musicais.
Maia criticou com veemência a atitude dos promotores. Para ele, a Expogrande faz parte da história do Estado. “É um ato contra a cultura do nosso Estado. Um evento que 40% da população de Mato Grosso do Sul participa, como querem acabar desta maneira?”, afirma indignado.
Ele afirma que a alegação do MPE (Ministério Público Estadual) que os shows incomodam os moradores do entorno do parque não tem fundamento. “Se fizer uma pesquisa com quem mora lá perto, pode ter certeza que 80% dos moradores querem que os shows aconteçam. È uma festa que traz benefícios para toda a cidade”, ressalta.
Em 2011, o MPE e a Acrissul firmaram um acordo para a não mais realização de show dentro do Parque. Naquele ano, ainda foi permitido eventos com atrações musicais. Já no ano passado, após mais de 70 anos, pela primeira vez a feira não contou com os shows.