O caminho dos dinossauros e “homens das cavernas” em MS
Após recente descoberta de pegadas de dinossauros em Nioaque, veja outros locais de MS para viajar ao passado
Uma descoberta recente de pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou novas pegadas fósseis de dinossauros em Nioaque, a 183 km de Campo Grande.
Segundo o estudo, foram também coletados fósseis de um pequeno invertebrado a partir de uma paleotoca, descrita como uma espécie de toca cavada por animais extintos que viviam em parte em abrigos subterrâneos.
De acordo o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão do Iphan (Instituto do Patrimôbio Histótico e Artístico Nacional), exitem 409 bens arqueológicos, ou sítios arqueológicos, registrados em Mato Grosso do Sul. A plataforma SICG aponta com exatidão no mapa do estado onde o bem arqueológico foi registrado e ainda apresenta algumas informações sobre ele.
Em meio a tantas possibilidades, o Lado B aproveitou a recente descoberta para listar algumas alternativas de visitação em Mato Grosso do Sul que nos leve ao encontro desses ancestrais.
Confira as principais:
Nioaque/Vale dos Dinossauros
Ainda em Nioaque, como não podia ser diferente, o Vale dos Dinossauros é uma boa alternativa de passeio integrada com outros destinos localizados na mesma região.
A cidade de 14 mil habitantes tem 170 anos de fundação e flerta com o período jurássico desde 2015, quando uma equipe de paleontólogos da mesma Universidade Federal do Rio de Janeiro, da última descoberta, anunciou a comprovação científica de pegadas de dinossauros na região, uma descoberta que teve os primeiros registros na década de 1980.
O anúncio motivou a prefeitura a construir um monumento em homenagem aos dinossauros, inaugurado em abril de 2015, e lançar um plano de marketing denominando a cidade como Vale dos Dinossauros.
Apenas 3 km separam o centro da cidade até os rastros fossilizados dos gigantescos animais extintos há 65 milhões de anos.
Acontece que o sítio paleontológico fica em uma propriedade particular, a Fazenda Minuano, e para ter acesso só com autorização do proprietário. Por isso, a melhor coisa a fazer antes de pegar a estrada é entrar em contato com a prefeitura pelo telefone (67) 3236-1011 e se programar.
Bonito/Gruta de São Mateus
Situada na região de Bonito, a 296 km de Campo Grande, a Gruta de São Mateus, a exemplo da sua quase vizinha, Gruta de São Miguel, é uma viagem histórica. Vista como uma espécie de museu natural, a gruta abriga, de fato, o Museu Kadiwéu, que apresenta um acervo de utensílios e peças de moradores antigos que habitaram a região sul-mato-grossense. O percurso para chegar lá, desde o ar livre, é curto – são 320 metros de trilha. O local é uma verdadeira obra de arte da natureza, com formações como estalactites, estalagmites, coraloides e travertinos. Destaca-se uma estalagmite que tem o formato da Torre de Pisa.
A visita à Gruta de São Mateu é guiada e pode ser feita por mais de uma empresa em Bonito. Em uma pesquisa na internet, é possível encontrar preços que variam de R$ 50 a R$ 70 reais, dependendo da época do ano.
Alcinópolis
Alcinópolis é um caso à parte quando se fala em pinturas rupestres. Até por isso é considerada a capital da arte rupestre no Mato Grosso do Sul. A cidade tem como atrações inúmeras grutas, cânions, pinturas rupestres, animais silvestres e paisagens exuberantes.
Distante 364 km de Campo Grande, visitantes de vários estados do país e de cidades do exterior têm visitado as belezas naturais do local.
A Rota Arqueológica de Alcinópolis é um roteiro que integra três sítios arqueológicos e um parque, também com pinturas rupestres:
Sítio Arqueológico Serra do Barro Branco - Possui nascentes nos entornos, cavernas com inscrições de milhares de anos atrás, paisagens naturais, além de uma enorme riqueza vegetal. Uma das atrações é a observação de aves raras. Fica a nove quilômetros de Alcinópolis.
Sítio Arqueológico Gruta do Pitoco - localizada a 12 quilômetros de Alcinópolis, a Gruta do Pitoco é conhecida por ter misteriosas passagens subterrâneas que levam a várias pinturas rupestres. Vestígios dos antigos habitantes, que datam de até 11 mil anos, estão em vários cantos da serra ao redor.
Sítio Arqueológico Arco de Pedra - Rico em inscrições de baixo relevo, o Arco de Pedra fica a 14 quilômetros de Alcinópolis. Entre as atrações estão pés esculpidos nas paredes e mensagens ainda não decifradas deixadas pelo homem pré-histórico.
Parque Natural Municipal Templo dos Pilares - Trata-se de mais um Sítio Arqueológico do município, com inúmeras inscrições rupestres (pinturas e inscrições de baixo relevo) que datam de dois mil a 11 mil anos. Fica a 40 quilômetros da cidade. Considerado um dos mais belos sítios arqueológicos de Mato Grosso do Sul, estudos apontam presença humana no local entre 7 e 10 mil anos atrás.
As visitas em grupo se dão por meio de agendamento através de operadoras e agências credenciadas. Mais informações podem ser obtidas no Departamento de Turismo da Prefeitura de Alcinópolis pelo telefone (67) 3260-1739 ou neste link. Horário de expediente é das 7 às 11 horas e das 13 às 17 horas.
Rio Verde/Fazenda Igrejinha
O nome da fazenda surgiu em homenagem ao relevo do local, um morro com pilares altos, que lembram uma catedral gótica. A Igrejinha mantém o estilo imponente, mas longe de ser medieval. Ali, no pequeno paraíso, distante 207 quilômetros de Campo Grande, na cidade de Rio Verde, os visitantes têm a oportunidade de contemplar a beleza do Planalto Central com a Planície Pantaneira.
Dos 800 hectares da propriedade, 200 são destinados ao ecoturismo, com atividades de rapel, trilha e contemplação de desenhos rupestres. Os desenhos rupestres têm em média de 4,5 mil a 6 mil anos.
Reservas são feitas pelos celulares (67) 99957-7375 (67) 99603-6952.
Geopark Bodoquena-Pantanal
Muitos desses locais descritos localizam-se no Geopark Bodoquena-Pantanal. Essa região possui uma área de 39 000 km2, 400 mil habitantes e inclui os municípios de Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Corumbá, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Ladário, Miranda, Nioaque e Porto Murtinho. O Geopark abrange a serra de Bodoquena até Corumbá, incluindo áreas do Pantanal do Jacadigo-Nabileque, Maciço Urucum (cuja silhueta inspirou o logo do Geopark) e uma parte da Serra de Maracaju e conta com vários locais com sitio arqueológicos.
Para saber onde estão e como visitá-los, você pode acessar página do Geopark.
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.