Para evitar briga com os clientes, botecos recorrem ao bom e velho "Jukebox"
A cena se repete há décadas, só mudou a tecnologia. Na base da ficha, quem quer ouvir música nos botecos da cidade escolhe a canção no Jukebox.
O cantor romântico Amado Batista também continua o mais pedido dentre milhares de opções. O interessante é que, segundo os comerciantes, o aparelho serve para evitar evitar briga com os clientes.
As máquinas já não tem a beleza dos vinis, há muito funcionam com catálogo musical com mais de 20 mil canções. Para ter música, o cliente deposita uma ficha que custa R$ 1,00 e dá direito a, no máximo, duas canções.
Há 25 anos com bar na antiga rodoviária, o proprietário Sena Matoso, de 67 anos, cansou da reclamação dos clientes, que sempre ficavam insatisfeitos com as músicas que ele mesmo escolhia para “animar” o ambiente, e há dez anos consignou uma máquina.
“Tô pagando e não quero ouvir isso”, a frase já gerou muita raiva diz Sena, que sempre ouvia isso quando colocava uma música. “Tem cliente que acha que a consumação no meu estabelecimento da direito a querer mandar, inclusive no que estava tocando”, explica.
Mas agora, no lugar da critica da clientela, tem que aguentar o gosto da freguesia, que nem sempre agrada. “Colocam um funk que eu não gosto, mas aprendi a conviver com o gosto alheio, é melhor assim”, dá aula sobre tolerância musical meio rara nos dias de hoje.
No bairro Tiradentes, na avenida Oceania, as noites são embaladas pelas músicas da máquina, que quase não para no bar do Urubatam Jeronimo, de 34 anos.
Sertanejo, funk e até axé são tocadas, e assistidas pelos clientes. As máquinas ficaram modernas e o aparelho funciona até no sistema "touch screen“, a um simples toque, como nos celulares ou tablets.
“Assim é democrático, não há reclamações”, argumenta Urubatam, que colocou a máquina no estabelecimento há menos de um ano.
Para ter a máquina no estabelecimento, além de comprar, o comerciante pode entrar em acordo de comodato com a empresa. É semanalmente ao esquema com mesas de sinuca. A empresa aluga o equipamento e passa pelo bar ou lanchonete para receber o "aluguel".
O catalogo de músicas chegam a ter 20 mil faixas, dos mais variados estilos. Tem lançamento? A máquina é atualizada mensalmente, e as menos tocadas são retiradas pela empresa que presta o serviço.
Em sites de venda pela internet, uma máquina nova pode custar R$ 3.5 mil. Mas aquelas retrô, que vale, inclusive como peça de decoração, não saem por menos de R$ 6 mil.
Como antiguidade tem um valor maior, há releituras da peça em versões para iPode, por exemplo. O "Crosley Radio", por exemplo, é um modelo que tem iluminação com LEDs e pode ser controlado por controle remoto e custa 105 dólares no site Amazon.