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Nas mãos de obstetra apaixonada pelo ofício, bebês já nascem fazendo selfie

Angela Werdemberg | 14/04/2014 06:48
Imagem captada pela obstetra.
Imagem captada pela obstetra.

A Tia Cegonha, como a ginecologista e obstetra Maria Auxialidora Budib é chamada pelas pacientes há mais de 15 anos, sempre esteve ao lado da Maternidade Cândido Mariano. Local estratégico para acompanhar as mamães e agilizar a “entrega” dos bebês.

“O amor pela obstetrícia nasceu comigo. Meus avós moravam aqui na esquina da Maternidade Cândido Mariano e eu, na infância, já achava o nascimento dos bebês um fenômeno muito misterioso e bonito”, conta a Tia Cegonha.

Apesar do apelido carinhoso, a ilusão de que os bebês eram trazidos pela ave foi desfeita muito cedo. “Eu estudava no Colégio Maria Auxiliadora e lá, na primeira série, nós tínhamos um livro chamado ‘Como nascem os bebês’. Na capa tinha duas cegonhas, uma com a fralda azul e a outra com a fralda rosa e nós tínhamos que fazer uma redação sobre o assunto. Meu avô leu a minha redação e achou um absurdo o que eu tinha escrito e decidiu mostrar pra mim que não existia cegonha no Brasil e muito menos chaminés”.

A obstetra conta que ela e o avô ficaram, aproximadamente, três horas em frente à Maternidade Cândido Mariano. “Daí ele me perguntou se eu tinha visto alguma cegonha no teto e, logicamente, que eu não tinha visto nada. Nós entramos na maternidade e meu avô pediu para conversar com a dona Mafalda, uma enfermeira que até hoje exerce a profissão”. Dona Mafalda disse aos dois a quantidade de partos que tinham sido feita naquele dia. “Está vendo, disse meu avô, os bebês nascem independentes de cegonha”.

Depois disso, coube à Maria Auxiliadora Budib explicar aos colegas de sala que os bebês eram gerados por outro mecanismo. Pode-se dizer que foi a primeira palestra da futura médica. “Li minha redação para a turma. Expliquei que o feto é gerado por uma sementinha do papai e uma da mamãe. As freiras do colégio acharam graça da minha redação. Era muito pequena para ter aquela percepção”.

Sempre próxima à maternidade, que também foi ambiente de estágio, Maria Auxiliadora tem o consultório dela alguns metros do local onde o avô explicou a origem dos bebês. “É impossível não se apaixonar pela obstetrícia? É muito emocionante ser o primeiro colo de uma criança e estar ao lado da mãe num momento tão importante e repleto de vida”.

 Maria Auxiliadora Budib, a Tia Cegonha.
Maria Auxiliadora Budib, a Tia Cegonha.

Nascidos na internetMaria Auxiliadora Budib, com a autorização do uso de imagem da família, posta fotografias dos bebês que nasceram com a equipe dela no Facebook. “Tudo começou como uma brincadeira. Depois de algumas postagens, os casais começaram a me pedir para que publicasse o nascimento de seus filhos”.

Mesmo com equipes de fotografias especializadas documentando a chegada das crianças, 80% dos casais pedem para que a médica seja a primeira mensageira do nascimento. “A fotografia capta a emoção do momento. Às vezes, por causa da correria, acabo não fazendo as postagens e, logo em seguido, já recebo mensagem dos pais perguntando se não irei publicar no Facebook. A maioria dos bebês que nascem conosco são born in internet – nascido na internet. Já nascem praticamente fazendo selfie”.

Os familiares das pacientes acabam se conectando por meio do Facebook de Maria Auxiliadora para saber do nascimento do bebê. “É um momento lindo e fico feliz de transmitir esta emoção. Aqui no consultório temos vários casos de gestantes que ficaram amigas. Temos um dia específico para o atendimento delas e, então, acabam se encontrando várias vezes durante esses nove meses. Já houve situação de estar na maternidade e ficar preocupada ao ver uma paciente grávida no hospital. Fui rapidamente conversar com ela e perguntar se estava sentindo dor. Daí ela disse que estava ali para visitar uma outra paciente minha que havia tido filho”.

O médica destaca uma outra vantagem de estar conectadas com as mamães pela internet. “Vejo na linha do Facebook essas crianças crescendo. Hoje eu vejo a festa de 1 aninho, as mães me marcam em postagens para mostrar os filhos indo para a escolinha. Quando eu encontra essas famílias na rua, não parece que faz 4 ou 5 anos que não vejo as crianças, pois está ali presente na minha linha do tempo”.

Nas mãos de obstetra apaixonada pelo ofício, bebês já nascem fazendo selfie
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