Mantendo seu alto nível de qualidade, Metal Gear Solid completa 20 anos
No ano de 1998 o Brasil perdeu a final da Copa da França para os donos da casa, depois do estranho mal estar de Ronaldo e de um Zidane infernal. Mas se rolou decepção no futebol, nos games nós tivemos uma enxurrada de excelentes jogos. A lista consta com Tekken 3, Starcraft, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Half Life e seu mod mais famoso CounterStrike, além de uma pérola inesquecível: Metal Gear Solid.
Hideo Kojima já era considerado um gênio, mas as plataformas ainda impediam que sua obra mostrasse toda a qualidade, e no primeiro Playstation da Sony, ele pôde fazer um jogo que exigiu quatro anos de trabalho da Konami e milhares de dólares em investimentos.
Valeu a pena, o console já era um videogame de sucesso, mas faltava brigar de verdade com a Nintendo que fazia um excelente ano (Além de Zelda, Banjo-Kazooie também saiu em 1998). A aposta era grande, o game era muito longo, tanto que seriam necessários dois discos, e a jogabilidade era bem diferente do que o mercado estava acostumado. Metal Gear possui grande foco em stealth, de andar pelas sombras e evitar o combate o tanto quanto for possível, bem diferente da esmagação de botões tão popular nos últimos anos.
No enredo, a aventura de espionagem bota o jogador na pele do agente Solid Snake que se infiltra em uma base no Alaska (Ilhas Fox ou Shadow Moses), onde os agentes da FOX HOUND preparam uma revolução nuclear. A pior parte da missão é que a arma usada seria o Metal Gear, um mecha (robô gigante estilo Power Rangers) que parece um Tiranossauro Rex de metal, e que seria equipado com tais armas nucleares.
Snake vai sozinho para a missão, contra centenas de soldados inimigos, e uma galeria de vilões memoráveis: Liquid Snake (irmão gêmeo genético de Solid Snake), Revolver Ocelot (um cowboy meio russo apaixonado por seus revólveres Colt), Vulcan Raven (xamã indígena cercado de corvos que usa uma metralhadora pesada) e Sniper Wolf (atiradora de elite viciada em remédios, e paixão do desenvolvedor do robô Metal Gear).
O grupo conta ainda com Psycho Mantis, um poderoso telepata que habilita um Easter Egg curioso: lendo seus outros saves no Memory Card e comentando desempenho em jogos como Castlevania Symphony of the Night e no famoso game de futebol Winning Eleven.
Metal Gear foi um marco para a indústria dos games, um jogo muito bem dublado, com excelentes diálogos, um roteiro digno de cinema e uma jogabilidade bem interessante e desafiadora, e é por isso que mesmo passados 20 anos, ainda continua sendo ótimo, talvez até melhor do que suas sequências. Se o Playstation hoje está em sua quarta versão e é um sucesso dominando o mercado, ele deve muito a esse título.
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