Apaixonadas por churrasco mostram que mandam muito bem na brasa

No universo machista a mulherada já ouviu de tudo, mas quando o assunto é churrasco o discurso de alguns homens tenta provar que elas não sabem nada da churrasqueira. O preconceito cai por terra quando elas mostram que a brasa também é delas, e como é. Um grupo de mulheres em Campo Grande, por exemplo, se reúne para fazer churrasco e tentar trazer o máximo de mulheres para o reduto das apaixonadas por carne.

Conhecido como “Brasa Delas”, elas são em 6 integrantes que a cada churrasco convidam uma nova amiga e compartilham tudo o que sabem, e claro, surpreendem com uma carne saborosa, suculenta e no ponto ideal de um bom encontro.

Hoje elas formam não só um grupo de diversão como uma confraria, a fim de faturar e ver o dom com a churrasqueira virar negócio. Prova disso é que, em dezembro, elas já têm três eventos agendados para fazer churrasco. “O objetivo é divulgar, fazer cursos na área e mostrar que as mulheres estão sim cada vez mais presentes nesse mundo da brasa”, explica a cozinheira e assadora Thays Rocha.

E o grupo não é nada restrito. Thays publica nas redes sociais fotos de outras mulheres assadoras pelo País e já conseguiu estimular a criação de um “Brasa Delas” até em Sorocaba. “A ideia é incentivar outras mulheres assadoras. Eu mesma não sabia que era tão forte para isso. Por isso, quero unir as mulheres do Estado, já passamos muito preconceito, então vamos nos unir e crescer juntas”, afirma.

Elas se conheceram em um curso de mestre churrasqueiro onde se aprende muito sobre o mundo da carne, técnicas de corte, de fogo e modo de assar. Na prática também aprenderam sobre temperos, controle de temperatura, pontos da carne, acompanhamentos e molhos e, como harmonizar carne com cachaça e cerveja.

“Quando nos reunimos, gostamos de comprar nossos cortes preferidos e escolhemos uma assadora, aí cada uma tem sua técnica. Eu, particularmente, gosto de assar sem tempero e na hora de cortar uso sal de parrilla e sirvo, a carne fica suculenta, já que não desidrata tanto como se colocasse sal antes de assar”, explica Thays.

A assadora ainda revela algumas preferências. “Normalmente escolho um corte do dianteiro, Short Rib ou acém com osso que é um corte com pedaço de osso retirado da parte dianteira, entre a primeira e quinta costela do animal, e parte do miolo do acém. Do traseiro tenho preferência por maminha, contra filé e bife do vazio. Se é porco ou frango já deixo marinando antes e entram primeiro na brasa, esses servimos de entrada com uma boa linguiça artesanal e mandioca cozida”, destaca.

Cada encontro vale a pena para mostrar que a mulherada sabe, pode e deve dominar a brasa, uma vez que elas já ouviram muito sobre estarem no comando da churrasqueira. “Escuto quase todo dia questionamento sobre ser churrasqueira e que mulher tem que ficar só na cozinha”, conta.

Elas ainda costumam ouvir que os melhores assadores são homens e que os melhores chefs também. “Mas isso para mim não importa, o que importa é amar o que faz e fazer bem. Agora, nosso intuito é oferecer um curso para mulheres que tenham curiosidade ou que já gostam de assar e queiram entender mais sobre cortes e técnicas de assado

Atualmente fazem parte do grupo Tais Almeida, Lari Godoy, Silvana Sanches, Pamela Crivelaro e Lázara.

Quem tiver interesse em participar é só seguir o grupo no Instagram.

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