Com saudade de Campo Grande, jovem cria evento para curitibanos provarem o sobá
Quando a saudade fala alto, qualquer cheiro ou gosto atenuam a distância. Há dois anos e meio morando em Curitiba, a campo-grandense Kamila Queiroz, 24 de anos, ainda tem desses apegos que ficam mais latentes a quilômetros de casa. Ela ainda não se adaptou, por exemplo, a “vina”, a salsicha do tradicional lanche curitibano, e por isso resolveu mostrar aos novos amigos o sobá, uma forma de levar um pouco de Campo Grande para a região Sul.
O prato de origem japonesa faz falta na vida da programadora, ainda mais em uma cidade fria como Curitiba. Sem o prato à venda na feira, a saída para matar a vontade foi preparar o sobá em casa. Diferente de Campo Grande, Kamila teve que bater perna para encontrar os ingredientes, que aqui na capital são vendidos em qualquer mercado.
“Aprendi a receita meio que sozinha, me lembrei dos ingredientes e fiz o teste. Tenho poucos recursos, então faço da minha forma e não perde para feira, alias, fica muito bom”, explica. Ela conta que a primeira experiência na cozinha foi para alguns amigos. A experiência rendeu elogios e até sugestão de empreendimento. “Sugeriram para que eu montasse a sobaria da Kamy”, lembra.
A fama de boa cozinheira se espalhou entre os novos amigos curitibanos e foi parar no bar de blues que frequenta, o "Blues Velvet CWB". Curioso, o proprietário do bar, Gil Eanes, pediu a Kamila para experimentar e o sobá acabou ganhando uma noite especial na casa.
A estreia ocorreu na quarta-feira passada e, o combinado é que se a saída fosse boa, a tradição da culinária campo-grandense poderá entrar no cardápio. “Ele queria vender comida no bar que não fosse igual da concorrência, que oferece vina e hambúrguer”, explica.
Na primeira edição da noite do sobá em Curitiba, a porção grande foi vendida a R$ 8,00. Em Campo Grande, o prato do mesmo tamanho tem o preço médio de R$ 15,00. Segundo Kamila, o evento foi um sucesso. Eram esperadas de 30 a 20 pessoas e a noite fechou com 120 clientes. “Curitibano é meio desconfiado, mas se renderam fácil”, comenta.