Em loja de erva, mate e tereré reinam com comida paraguaia
Bisneta do fundador, Carla decidiu unir a venda da erva com histórias e receitas “raiz”
Tendo morado a vida toda em Ponta Porã, Carla Benites cresceu dividindo sua história com a da empresa familiar: a Erva-mate Santo Antônio. Quando se mudou para Campo Grande, a ideia era fazer os produtos terem um espaço ainda maior, mas vendo a falta de receitas paraguaias “raiz” por aqui, decidiu trazer essa outra parte da cultura. E, no fim das contas, na loja de erva-mate, a planta reina junto com a comida da fronteira.
Muito provavelmente, mesmo sendo da Capital, você acredita conhecer bem alimentos como a sopa paraguaia e a chipa guazu. Mas, no cotidiano, Carla começou a se incomodar com o conhecimento campo-grandense. Por isso, quis se dedicar a implementar as receitas “originais” que cresceu vendo.
Então, na loja da empresa, ela e o marido, Raul Barbosa, resolveram abrir espaço na loja para disseminar o que ela entende por chipa gazu, sopa paraguaia, mbeyu e chipinha. Para completar, eles também trouxeram o mate batido e biscoitos como o coquito e a chipa piru, trazida do Paraguai.
“Sou a quarta geração da empresa e moro aqui em Campo Grande há cinco anos. Era para ser apenas uma loja oficial das ervas porque, apesar da fábrica ser em Mato Grosso do Sul, só havia a venda em espaço próprio lá na empresa. No caminho aqui na Capital, decidimos trazer a cultura paraguaia da fronteira em conjunto”, descreve Carla.
Enquanto desenvolviam a loja, ela narra que começou a sentir que algo a mais faltava. Foi nesse momento que a comida apareceu como solução. “Tivemos a ideia de servirmos pratos típicos paraguaios até para desmistificar porque, por exemplo, a sopa paraguaia comercializada aqui é totalmente diferente da tradicional”.
Para explicar na prática, ela cita que o que viu da sopa paraguaia em Campo Grande é uma fusão de receitas diferentes. “A sopa paraguaia tradicional é sequinha, ela não tem nada a ver com a molhadinha servida aqui. Então, é uma oportunidade de explicarmos sobre a cultura dessa forma”, diz.
Completando sobre as receitas, ela acredita que há uma confusão entre sopa paraguaia e chipa guazu. Isso porque, segundo Carla, na guazu, vai milho e queijo, o que garante a textura diferente.
Outra receita bastante comum na fronteira e que foi trazida é o mbeyu. A empresária relata que é a mesma massa da chipinha, mas frita como uma panqueca.
Então, para quem quiser conhecer sobre as receitas, a loja se tornou uma união entre a alimentação e os produtos da Santo Antônio. “Nós temos a erva para tereré, para chimarrão, criamos o tereré no copo, os chás, enfim, temos tudo aqui. É a nossa chance de mostrar a tradição de várias formas e isso é um orgulho”.
No cardápio, o mbeyu custa R$ 17; 200g de chipinha sai por R$ 14 e a chipa guazu por R$ 16. Por lá, também há o chá mate batido (que pode ser complementado com limão) a partir de R$ 7.
Além disso, o casal também produz os itens acima para levar, além da sopa paraguaia (a partir de R$ 35). Ainda há os itens não artesanais, como o coquito (a partir de R$ 8) e chipa piru (R$ 15).
A loja está localizada na Rua Antônio Maria Coelho, 4430, no bairro Santa Fé com opção de consumo no local e delivery. O horário de funcionamento é de terça-feira até sexta, das 8h às 11h e das 13h às 18h. Aos sábados, o funcionamento é das 8h às 13h.
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