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Lado Rural

Arroba do boi cai quase 21% em um ano; vaca acompanha a queda

Diferença histórica entre valor da arroba do boi e da vaca gorda aumenta nas praças pesquisadas pelo Cepea

José Roberto dos Santos | 26/01/2023 15:25
Rebanho bovino em confinamento; aumento do abate de fêmeas altera ciclo da pecuária. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Rebanho bovino em confinamento; aumento do abate de fêmeas altera ciclo da pecuária. (Foto: Arquivo/Embrapa)

A diferença média entre os preços das arrobas dos animais machos e fêmeas prontos para abate, ambos comercializados no mercado sul-mato-grossense, atingiu o maior patamar para um início de ano. Aliás, é um cenário que se repete em todas as praças brasileiras. Em MS, segundo cotações difundidas pela Scot Consultoria, janeiro do ano passado a arroba do boi gordo abriu a R$ 311,50 (em 03 de janeiro). Um ano depois, cotações do dia 25 de janeiro, a mesma arroba está valendo R$ 249,00, uma retração de 20,6%.

E como na pecuária aonde o boi vai a vaca vai atrás, a arroba da vaca gorda foi comercializada na abertura de 2022 a R$ 295,50. Já em 2023, essa arroba passou a valer R$ 229,50 (segundo as cotações da Scot), ou seja, uma queda de quase 23%. Lembrando que na pecuária quem dita as regras de mercado é a indústria, ou seja, o frigorífico é quem diz quanto paga no dia.

Boi x vaca

A diferença média entre os preços das arrobas dos animais machos e fêmeas prontos para abate, são as maiores da série histórica acompanhada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), desde 2000. Em São Paulo, por exemplo, outra praça pesquisada, a diferença entre os valores médios está em expressivos R$ 23,48 por arroba nesta parcial de janeiro (até o dia 24), com vantagem para o macho.

Segundo pesquisadores do Cepea, no caso do boi, os valores são sustentados pela forte demanda internacional pela carne, sobretudo chinesa. Já no caso da vaca, a proteína destina-se especialmente ao mercado brasileiro, que, vale lembrar, atravessa um período de demanda enfraquecida, tendo em vista o fragilizado poder de compra de grande parte da população, com frigoríficos regionais focados nesse mercado.

Fonte ligada à Leiloboi, uma das principais leiloeiras de Mato Grosso do Sul, sustenta a opinião de que o mercado pecuário vive um momento de fragilidade. Segundo essa fonte, consultada pela coluna Lado Rural, o boi tem maior aceitação no mercado externo e a vaca é, na sua maioria, destinada ao consumo interno. Com o mercado comprador interno fraco, devido a instabilidade financeira e política que o Brasil enfrenta, essa diferença na arroba entre boi e vaca tende ficar cada dia maior.

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