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Lado Rural

Chuva dá trégua e favorece colheita da soja, que já supera 25% da área em MS

Técnicos do governo de MS confirmam atraso na colheita da soja e no plantio do milho

José Roberto dos Santos | 06/03/2023 16:55
Colheita da soja em Mato Grosso do Sul; atraso causado pelas chuvas vai segurando o plantio do milho. (Foto: Aprosoja-MS)
Colheita da soja em Mato Grosso do Sul; atraso causado pelas chuvas vai segurando o plantio do milho. (Foto: Aprosoja-MS)

Mais de um quarto das lavouras de soja já haviam sido colhidas no Estado até o fim da semana passada. As estimativas  são de técnicos do Projeto Siga (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), que é mantido pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) em parceria com a Aprosoja/MS.Até o momento, a porcentagem de área colhida de soja deveria estar em 47%.

O levantamento mostrou que a região Norte é onde a colheita da soja está mais avançada, com 32% da área já colhida, enquanto na região Centro está com 24,7% e, na região Sul, com 23,4% de média. A área colhida até o momento, conforme estimativa do Projeto SIGA, é de aproximadamente 960 mil hectares.

A área de soja no Estado ainda está em constante crescimento, como mostram os dados do Projeto Siga, embora a taxa desse ano fique abaixo da média verificada nos últimos anos. A estimativa é que a área ocupada pela soja atinja 3.842 milhões de hectares neste ano no Estado (na safra passada foram 3.748.042,72/ha). Já a produção – cumprindo-se a estimativa de se colher 58 sacas por hectare – deve atingir 13,378 milhões de toneladas, quase 54% superior ao apurado no ano passado, quando a produtividade das lavouras foi prejudicada pela estiagem.

Lavouras em bom estado

A avaliação dos técnicos do Projeto Siga é de que, apesar das intensas e frequentes chuvas dos últimos dias, 93% das lavouras estão em bom estado produtivo e os 7% restantes em condições regulares. “Deste modo podemos considerar que a maioria das lavouras estão com o potencial de produtividade acima da média estadual de 53,44 sc/ha, motivando o acréscimo de 8,53% na produtividade estimada, chegando a 58 sc/ha.”

Ainda assim, os técnicos alertam que a colheita no Estado está atrasada, “as chuvas recorrentes entre os meses de janeiro e fevereiro provocaram o atraso na operação. Para a data do dia 24 de fevereiro a colheita deveria estar em 47,1%, porém está em 25%.” Com a trégua nas chuvas nos últimos dias, o trabalho deve ter um avanço considerável, porém a previsão meteorológica é de que o tempo deva voltar a ficar instável até o fim da semana.

Plantio de milho direto na palha; atraso no cultivo pode cruzar lavouras do grãos com fenômenos climáticos como estiagem e geadas, trazendo perdas irreparáveis. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Plantio de milho direto na palha; atraso no cultivo pode cruzar lavouras do grãos com fenômenos climáticos como estiagem e geadas, trazendo perdas irreparáveis. (Foto: Arquivo/Embrapa)

Milho atrasado 

Com relação ao milho, o plantio avança exatamente nas regiões em que a colheita da soja está mais acelerada. A área plantada já havia alcançado 19,1% na última semana de fevereiro.   A região Norte está com o plantio mais avançado, com média de 30,2%, enquanto a região Centro está com 19,5% e a região sul com 17,1% de média. A área plantada até o momento, conforme estimativa do Projeto SIGA, é de aproximadamente 444 mil hectares.

A estimativa é que a safra de milho seja 5,39% maior em relação ao ciclo passado (2021/2022), atingindo a área de 2,325 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 80,33 sacas por hectare, dentro do potencial produtivo das últimas cinco safras do Estado, chegando a uma expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas. Esse volume pode ficar 12,28% abaixo do colhido na safra passada, que teve a produtividade favorecida pelas condições climáticas.

Atraso pode trazer perdas   

Os técnicos apontam, entretanto, que o atraso na colheita da soja pode afetar o plantio do milho e interferir no desenvolvimento da cultura, que fora de seu ciclo normal está suscetível às intempéries climáticas (estiagem, geada e queda de granizo). “O produtor deve estar atento ao zoneamento agrícola de risco climático e verificar se a propriedade ou região possui histórico de condições climáticas ruins antes de semear.” A semeadura está lenta em todas regiões, a janela de plantio do milho está concentrada entre os dias 17 de fevereiro a 24 de março de 2023, cerca de 72,2% da operação está neste período.

* Com informações da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação)

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