Mais de 4 mil propriedades em MS vivem da agricultura familiar
Hoje, 25 de julho, é instituído pela ONU como Dia Internacional da Agricultura Familiar
Segundo dados da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Mato Grosso do Sul possui mais de 4 mil propriedades que dependendo exclusivamente de mão de obra familiar, abrangendo as principais cadeias produtivas da agricultura familiar, como horticultura, fruticultura, mandiocultura, apicultura, piscicultura e bovinocultura de leite. O dia 25 de julho é instituído como Dia Internacional da Agricultura Familiar pela FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
De acordo com Dorly Pavei, assessor técnico do Sistema Famasul, em nota distribuída nesta quinta-feira pela federação, a agricultura familiar desempenha um papel crucial na economia nacional, isso porque a maioria dos produtores do Brasil integra a agricultura familiar. “A maior parte dos alimentos de hortifrútis consumidos hoje na mesa dos brasileiros é produzida pela agricultura familiar”, diz.
No Brasil, esse tipo de produção é responsável por fornecer alimentos frescos e nutritivos, como frutas, legumes, verduras, grãos e produtos de origem animal, que abastecem principalmente os mercados locais e regionais.
Para se ter uma ideia, de acordo com o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares), a agricultura familiar é responsável por 23% do valor bruto da produção agropecuária nacional,
"A agricultura familiar é uma produção sustentável que vai para a mesa do consumidor e, consequentemente, gera uma renda importante para o agricultor e para o aquecimento da economia local", reforçou Antônio Ribeiro, vice-presidente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar de Mato Grosso do Sul.
Uma das formas de a agricultura familiar contribuir significativamente para a segurança alimentar global é através do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Desde 2009, o programa estabelece que pelo menos 30% dos recursos destinados à alimentação escolar devem ser utilizados na compra de produtos da agricultura familiar pelas escolas e secretarias de educação.
No último ano, Mato Grosso do Sul utilizou 51,26% dos recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar) com alimentos da agricultura familiar, proporcionando uma alimentação balanceada e nutritiva aos estudantes da rede pública de ensino.
Hortas urbanas
Essa produção familiar se faz presente também no perímetro urbano. Buscando um novo hobby ou um negócio junto à família, o cultivo de hortas na cidade é uma opção para quem deseja trazer o campo para o ambiente urbano. "Os consumidores têm visto oportunidade em áreas de seus quintais, áreas sobressalentes, e que não são utilizadas, então surge a oportunidade de gerar uma renda com o cultivo com plantio de horta", explica Dorly Pavei, assessor técnico do Sistema Famasul.
Procurando um novo recomeço após sair do emprego por volta de 2002, o produtor rural Valmir Pinheiro da Fonseca encontrou na agricultura uma opção para alternar a construção civil com a produção de hortaliças. Proprietário da horticultura Nova Canaã, em Campo Grande, localizada no bairro Parque Dallas, Valmir conta com o suporte da esposa e dois netos.
A horta da família, com todo o suporte do Senar/MS, produz uma grande variedade de hortaliças. Pimentas dedo-de-moça e bodinha, couve, alface americana, alface roxa, cebolinha, salsinha, tomate cereja, jiló, berinjela, couve-flor, brócolis, repolho, acelga, coentro, quiabo, vagem e abobrinha estão entre as opções.