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Lado Rural

Produção de grãos em MS deve registrar perdas de 25%, estima a Conab

Quedas são acentuadas pela produtividade menor da soja e do milho, principais grãos cultivados no Estado

Por José Roberto dos Santos | 11/07/2024 11:25
Colheitadeira opera em campo cultivado com milho em MS; mau tempo castigou a produção. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)
Colheitadeira opera em campo cultivado com milho em MS; mau tempo castigou a produção. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

Mato Grosso do Sul vai fechar a safra 2023-2024 de grãos com uma perda  de 25% na produção, caindo de 28 milhões de toneladas no ciclo 2022-2023 para 21 milhões de toneladas no atual . Os números são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que divulgou nesta quinta-feira, 11, o 10º Levantamento da Safra de Grãos.

A redução na colheita final deve-se à queda acentuada da produtividade dos dois principais grãos cultivados pelo Estado – a  soja e o milho. A Conab, entretanto, na sua estimativa considera a produção de caroço de algodão, amendoim (1ª e 2ª safras), arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão (1ª, 2ª e 3ª safras), gergelim, girassol, mamona, milho (1ª, 2ª e 3ª safras), soja, sorgo, trigo e triticale. No geral, a produtividade dos grãos caiu de 4.438 quilos por hectare na safra 2022-23, para 3.321 kg/ha no ciclo atual, uma redução de 25,2%. Apesar disso, o Estado percebeu pequena oscilação para mais na área plantada.

No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul é o Estado mais impactado pelos efeitos do mau tempo, principalmente pela falta de chuvas em importantes fases de desenvolvimento das culturas.

Quedas na soja e no milho

A produção de soja em Mato Grosso do Sul pelas contas da Conab sofreu uma redução drástica de 19,5% nesta safra em relação à passada, passando de 14 milhões de toneladas (22-23) para 11,3 milhões de toneladas (23-24). A quebra deu-se justamente pela perda de produtividade, apesar do aumento de 6,1% na área  plantada. Em MS na safra 2022-23 de soja colheu-se 3.723 quilos por hectare,contra 2.825 kg/ha na atual safra, um impacto negativo de 24,1%.

No caso do milho segunda safra a situação é ainda  pior, com o grão registrando uma produção 31,4% menor neste ano em relação ao ciclo de 2023, segundo a Conab, caindo de 12,9 milhões de toneladas para 8,8 milhões. A área plantada diminuiu 7% e a perda de produtividade para a colheita que está  em andamento é calculada em 25,9%.

Andamento da colheita do milho

Segundo o projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) até a data de 5 de julho a área colhida acompanhada alcançou 29,6%. A colheita está mais avançada na região sul do Estado, com uma média de 34,2%. Na região norte, a média é de 24,5%, enquanto na região centro é de 17,2%. A área colhida até o momento, conforme estimativa é de aproximadamente 656 mil hectares.

Para a data de 5 julho, a porcentagem de área colhida na 2ª safra 2023/2024, encontra-se superior 26,1 pontos percentuais em relação à 2ª safra 2022/2023. A estimativa do Siga-MS é que a safra seja 5,82% menor em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 2,218 milhões de hectares. Desse total, o Estado tem 750 mil hectares plantadas de milho A produção é estimada em 11,485 milhões de toneladas, uma queda de 19,23%. A produtividade é prevista em 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%.

Quadro mostra as condições das lavouras de MS por região. (Imagem: Aprosoja-MS, Boletim Casa Rural da Famasul)
Quadro mostra as condições das lavouras de MS por região. (Imagem: Aprosoja-MS, Boletim Casa Rural da Famasul)

Tempo pode piorar 

Segundo o Siga-MS, especialistas em meteorologia estão prevendo a ocorrência de geada no estado entre os dias 10 e 15 de julho. Diante dessa previsão, foi feita uma análise detalhada para avaliar o impacto potencial desse fenômeno climático na agricultura local.

A análise considera a progressão do plantio e o estágio (fenologia) das culturas, levando em conta um ciclo de 128 dias. Durante esse período, foi identificado que aproximadamente 28% da área de cultivo na região sul do Estado estará nos estágios fenológicos entre R1 (florescimento e polinização) e R4 (grão farináceo). Esses estágios são críticos e altamente suscetíveis a danos causados pela geada, podendo resultar em reduções significativas no potencial produtivo.

Na região central do Estado, a análise estima que 13% das lavouras estarão nos estágios fenológicos entre R1 e R4 durante o período previsto para a geada. Portanto, essas áreas também estão em risco. Por outro lado, a região norte parece estar mais segura, sem risco aparente de geada. Além disso, apenas 6% das lavouras nesta região estarão no estágio R4 durante o período de geada.

Clique no link e acompanhe o andamento da colheita do milho e o mercado, no Boletim Casa Rural da Famasul.

567 - BOLETIM SEMANAL CASA RURAL - AGRICULTURA - CIRCULAR 567 09.07.2024_.pdf

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