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Lado Rural

Soja vale menos este ano e MS já vendeu quase 80% da última safra

Grão perde força no mercado futuro e agora sofre pressão internacional dos EUA

Por José Roberto dos Santos | 09/10/2023 16:02
Plataforma de colheitadeira descarrega soja em caminhão durante colheita em propriedade rural brasileira. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Plataforma de colheitadeira descarrega soja em caminhão durante colheita em propriedade rural brasileira. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

Com a entrada da safra 2023/24 nos Estados Unidos e a consequente desvalorização externa, os valores da soja se enfraqueceram no mercado brasileiro na última semana. O preço médio da saca de 60 quilos de soja, em Mato Grosso do Sul, registrou desvalorização de 0,45% entre os dias 22 de setembro e 2 de outubro e foi cotada ao valor médio nominal de R$ 124,00 no dia 2.

O preço médio do período foi de R$ 124,00 a saca. Ao comparar com igual período de 2022, houve queda nominal de 24,93%, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 165,18 a saca em MS. Esse valor não significa que o produtor esteja realizando negociações neste preço, tendo em visto que a comercialização é gradativa.

Os números são do Boletim 528 Casa Rural, do Sistema Famasul, publicado no dia 2 de outubro. Semanalmente a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), juntamente com o Governo do Estado de MS e a Famasul, divulgam dados ligados à agricultura sul-mato-grossense. As informações são coletadas por técnicos do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) e enriquecidas com informações apresentadas por satélite, posteriormente divulgadas.

No ciclo 2022-2023, Mato Grosso do Sul bateu novo recorde e produziu 15 milhões de toneladas de soja, recuperando-se da desastrosa safra 2021-2022, severamente afetada pelo clima. Nesta terça-feira a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) publica o primeiro prognóstico da safra de grãos 2023-2024. A previsão é que a safra em andamento seja 6,5% maior em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 4,265 milhões de hectares. O Estado liberou o plantio no dia 15 de setembro, mas a área até agora cultivada não atingiu 100 mil hectares.

Segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, de Campo Grande (MS), até 2 de outubro de 2023, Mato Grosso do Sul já havia comercializado 76,89% da safra 2022/23, atraso de 12,23 pontos percentuais quando comparado a igual período de 2022 para a safra 2021/22.

Mercado futuro turbulento

Segundo o Boletim Casa Rural, na Bolsa de Chicago (EUA), que regula as cotações internacionais da soja, houve desvalorização para todos os contratos entre os fechamentos do dia 25 a 29 de setembro. Para o mês de setembro/2023 o bushel (unidade de medida utilizada no mercado internacional para grãos) foi cotado ao valor de US$ 12,77, com desvalorização de 1,54%. O contrato de novembro/2023 registrou queda de 1,44% e o bushel foi cotado ao valor de US$ 12,96. O contrato de janeiro/2024 fechou em US$ 13,13/bushel com desvalorização de 1,06%. O contrato de março/2024 o bushel foi cotado ao valor de US$ 13,26, com desvalorização de 0,67%.

Pressão internacional evitou maiores quedas

Pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicam, contudo, que a firme demanda internacional pela oleaginosa brasileira impediu que os valores domésticos caíssem de forma mais intensa – ressalta-se que as vendas externas do grão na parcial deste ano já são recordes.

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), compilados pelo Cepea, saíram dos portos brasileiros 87,25 milhões de toneladas de soja na parcial deste ano (de janeiro a setembro), quantidade que já supera em 10,8% a escoada em todo 2022 (de janeiro a dezembro) e um recorde para os nove primeiros meses. Especificamente em setembro, os embarques totalizaram 6,4 milhões de toneladas, recorde para o mês e 60% superior ao volume escoado há um ano.

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