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Meio Ambiente

Câmeras sob pontes no Pantanal flagram animais em risco de extinção

Onça, queixadas e anta foram fotogradas em trecho monitorado pelo Instituto Homem Pantaneiro

Silvia Frias | 31/03/2023 11:13
Na imagem, no alto, o registro da passagem de onça-pintada sob a ponte. (Foto/Divulgação/IHP)
Na imagem, no alto, o registro da passagem de onça-pintada sob a ponte. (Foto/Divulgação/IHP)

Pouco mais de 20 dias depois instalar câmeras sob pontes na BR-262, em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande, o IHP (Instituto Homem Pantaneiro) conseguiu flagrantes da passagem de três espécies ameaçadas de extinção. O projeto piloto ainda passa por ajustes e será importante para pesquisas futuras.

Réptil teiú também foi flagrado pela câmera instalada. (Foto/Divulgação/IHP)
Réptil teiú também foi flagrado pela câmera instalada. (Foto/Divulgação/IHP)

A partir do dia 10 de março, as câmeras trap, acionadas por movimento, foram instaladas em seis trechos de pontes ao longo da BR-262, entre Aquidauana e Corumbá. Nesta semana, o IHP recolheu cartões de memória e constatou o flagrante de alguns animais que passaram pelos locais.

Um dos locais escolhidos, por exemplo, foi identificado por ser passagem de animais silvestres, como trecho às margens da BR-262 em que foram encontradas pegadas frescas.

Nas imagens, é possível ver onça-pintada, o dorso de anta e a passagem de queixadas. As três espécies estão na lista de risco de extinção, conforme o UICN (União internacional para Conservação da Natureza).

O médico veterinário Geovani Tonolli explicou que ainda estão sendo feitos alguns ajustes nos equipamentos. Em projetos de monitoramento anteriores, o comum é a instalação de câmeras próxima ao chão, a altura de 80 centímetros. Na proposta atual, sob as pontes, estão a 4 a 5 metros de altura, com alcance de visibilidade de até 9 metros.

Na imagem, o dorso de anta passando pelo trecho, no Pantanal. (Foto/Divulgação/IHP)
Na imagem, o dorso de anta passando pelo trecho, no Pantanal. (Foto/Divulgação/IHP)

Também devem ser ajustados, por exemplo, posicionamento de algumas câmeras e configuração de exposição de luz. As condições climáticas também interferem no resultado, com o Pantanal passando por período de chuvas mais intensas e provocando cheia nos rios, podendo afetar os equipamentos.

Os registros ainda são iniciais, mas vão servir para embasar pesquisas. “É importante entender o fluxo dos animais nos diferentes períodos, na cheia ou na seca no Pantanal, se existe relação, quais espécies usam o trecho, a frequência e horários”, citou Tonolli.

Pegada fresca foi encontrada em um dos trechos monitorados. (Foto/Divulgação/IHP)
Pegada fresca foi encontrada em um dos trechos monitorados. (Foto/Divulgação/IHP)

Projeto – A ação é uma iniciativa do IHP e tem o engajamento da PMA (Polícia Militar Ambiental) de Mato Grosso do Sul e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) deu apoio na instalação dos oito bonecos de sinalização e vai auxiliar a manter limpo os trechos de ponte onde as câmeras traps foram instaladas.

O projeto leva em conta o aumento da movimentação de animais silvestres perto da BR-262, por conta das chuvas e consequente aumento de áreas alagadas no Pantanal.

Levantamento do IHP identificou que, entre 2016 e janeiro deste ano, 17 onças-pintadas morreram atropeladas na BR-262, no trecho de cerca de 200 quilômetros entre Miranda e Corumbá.

Boneco sinalizador é usado para alertar motorista sobre passagem de animais. (Foto/Divulgação/PMA)
Boneco sinalizador é usado para alertar motorista sobre passagem de animais. (Foto/Divulgação/PMA)


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