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Meio Ambiente

Carcaça de jacaré e resgate de ave voltam a denunciar drama no Pantanal

Morte de peixes e de abelhas também foi constatada na região neste mês

Por Cassia Modena | 21/11/2023 10:56
Carcaça de jacaré e resgate de ave voltam a denunciar drama no Pantanal
Carcaça de jacaré encontrada no Pantanal de MS, em 2023 (Foto: Divulgação/PMA-MS)

Força-tarefa para evitar incêndios tão intensos quanto os que atingiram o Pantanal em 2020 – e produziram imagens desoladoras de animais carbonizados – tem ajudado a minimizar os impactos à fauna do bioma. Em relação a este mês, são poucos os registros até o momento.

A equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental) de Mato Grosso do Sul encontrou apenas uma carcaça de jacaré no período. Outros destaques são o resgate de um tucano que fugia do fogo e uma sucuri aparentemente saudável encontrada em área já consumida por incêndio.

Áreas do Pantanal Sul são monitoradas pelos policiais ambientais agora. A Barra do Aquidauana e a região Touro Morto foram as duas últimas sobrevoadas até esta segunda-feira (20), quando chuvas haviam ajudado a conter incêndios no bioma.

Somente entre 13 e 19 de novembro, o BD Queimadas, sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especias), contabilizou 1.505 focos de incêndio no Pantanal de Mato Grosso do Sul e 2.142 no de Mato Grosso.

Rescaldo e prevenção - O Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal), que atua de forma voluntária no bioma, também faz monitoramentos. Técnicos percorrem a Serra do Amolar para ver o rescaldo deixado por incêndios contidos e já passaram pelo Nabileque e outras regiões pantaneiras entre as cidades de Miranda e Aquidauana.

Bióloga que é coordenadora operacional do Gretap, Paula Helena Santa afirma que o levantamento dos danos relacionados aos incêndios de 2023 será feito a longo prazo, mas antecipa que o pesar é bem menor do que o de 2020.

Além disso, ela ressalta que a prevenção tem surtido efeito. "Com a participação dos pantaneiros que vivem na região, se conseguiu criar corredores de fauna para que os animais escapem do fogo. Esse preparativo, profilaxia, foi muito importante".

Carcaça de jacaré e resgate de ave voltam a denunciar drama no Pantanal
Equipe do IHP conversa com ribeirinhos no Pantanal de MS (Foto: Divulgação/IHP)

Veterinário do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), organização também voluntária no combate aos incêndios, Geovani Tonolli complementa sobre a cooperação com os pantaneiros e a prevenção.

"Há anos, nós associamos isso ao monitoramento com câmeras trap, para termos conhecimento das espécies que habitam lá e entender seu comportamento, Assim, conseguimos criar estratégias juntos e construir ferramentas para permitir a fuga dos animais e prevenir impactos maiores", falou.

Quanto aos danos, Geovani ainda explica que a apuração envolve os diretos e indiretos. Os primeiros afetam fisicamente animais, como são as queimaduras ou efeitos da fumaça no organismo. Já os segundos afetam o habitat, tornando inviável sua busca por alimentação ou os empurrando para locais com risco de atropelamento, por exemplo.

Abelhas, peixes e jacarés - O fogo que atingiu a região em novembro também afetou a apicultura em propriedade localizada no Pantanal de Mato Grosso do Sul e fez guias de turismo e moradores presenciarem morte de peixes e comportamento atípico de jacarés. O Campo Grande News mostrou os casos aqui.

Carcaça de jacaré e resgate de ave voltam a denunciar drama no Pantanal
Peixes mortos em propriedade (Foto: Direto das Ruas)

O veterinário do IHP explica que os répteis costumam ser os mais afetados, devido à locomoção lenta. Preocupação que ele destaca é o salvamento de grandes mamíferos, especialmente os ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o gato-mourisco, que habitam o bioma no Estado.

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