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Meio Ambiente

Com nível baixo, navegação no Rio Paraguai é totalmente interrompida

Com a interrupção das operações, começaram a ser realizadas demissões em cidades ribeirinhas

Por Geniffer Valeriano | 26/08/2024 12:59
Rio Paraguai nesta segunda-feira, dia 26, quando o Rio Paraguai estava bem próximo de atingir níveis negativos (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Rio Paraguai nesta segunda-feira, dia 26, quando o Rio Paraguai estava bem próximo de atingir níveis negativos (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Com nível baixo, a navegação de transporte de cargas no Rio Paraguai foi totalmente interrompida em Mato Grosso do Sul. A Adecon (Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação) havia alertado em julho sobre a possibilidade das interrupções e pedido a realização de dragagem com “máxima urgência”.

Em comunicado enviado nesta segunda-feira (26) ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), a agência informou que a paralisação das navegações transportando cargas ocorreram durante a semana passada.

“Estamos agora diante de uma situação crítica: as empresas de navegação e toda a cadeia produtiva associada já estão sendo obrigadas a adotarem medidas drásticas, uma vez que enfrentaremos, provavelmente, cinco meses sem navegação”, ressalta o comunicado.

Segundo a agência, por conta das paralisações das operações, em municípios ribeirinhos começaram a ser realizadas demissões. Além disso, as produções de grãos em grande escala e de minério de ferro começaram a ser transportadas pelas rodovias.

“Instamos as autoridades federais a considerarem o impacto ambiental decorrente dessa situação. O aumento do número de acidentes, a degradação das rodovias estaduais e federais, a maior emissão de CO₂, além do significativo acréscimo nos custos de transporte, são consequências diretas dessa mudança. Com custos de transporte mais elevados, haverá inevitavelmente uma redução nos investimentos, na geração de empregos e na renda”, detalha a agência.

A agência ainda afirma que pela demora do atendimento do pedido de dragagem, o serviço terá uma dificuldade maior ao ser realizada. “Mesmo que o DNIT siga todos os trâmites burocráticos e o Ibama libere a operação hoje, a dragagem emergencial só poderá ser iniciada em, no mínimo, 30 dias. A execução da dragagem nos pontos mais críticos, que são distantes uns dos outros, levará mais de 45 dias. Assim, a navegação ficará paralisada por mais de 100 dias”, explica o comunicado.

Plano emergencial - No dia 16 de agosto, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) encontrou 18 pontos críticos na Tramo Sul do Rio Paraguai, que fica em MS. Na época foi afirmado que  nos próximos meses o departamento iniciará obras de dragagem entre Corumbá e Porto Murtinho.

Para a execução do serviço, o Dnit estava criando um plano de dragagem emergencial. Quando foi divulgado, o projeto passava por trâmites internos de contratação para definir a empresa que realizaria a elaboração do plano.

Em Mato Grosso do Sul, a dragagem tem previsão de duração de até seis meses. Ainda é previsto que a ação deve promover a navegabilidade no Rio Paraguai de outubro de 2024 a setembro de 2025, mesmo em período de calada reduzida.

Outra medida tomada pelo Dnit é a preparação para a realização de manutenção contínua e anual no Tramo Sul do Rio Paraguai. O órgão ainda estava obtendo a Licença de Operação para tornar a atividade regular, como é realizada há mais de 20 anos no Tramo Norte, em Mato Grosso

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