Dados de armadilhas fotográficas, drone e GPS mensuram impacto do fogo na fauna
Equipe do Instituto Homem Pantaneiro dá início ao monitoramento da região atingida por fogo na última semana
Começou nesta quarta-feira (7) o trabalho da equipe do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) para monitorar e mensurar o impacto na fauna após o incêndio que queima a Serra do Amolar desde o dia 27 de janeiro. Ainda hoje há registros de focos isolados, apesar da chuva que cai no Pantanal.
O biólogo Wener Hugo Moreno e o médico-veterinário Geovani Tonolli estão subindo a serraria para fazer a coleta de dados por meio de armadilhas fotográficas, drone, monitoramento em tempo real por meio do sistema Pantera, entre outras técnicas e equipamentos.
Ainda não há prazo definido para obter resultados do monitoramento, mas se espera que haverá indícios sendo identificados nos próximos dias.
“Subimos para a região da Serra do Amolar, onde a gente atua com monitoramento através de câmeras traps, dados de colar, pra gente fazer uma análise exploratória. Entenderemos como o fogo está afetando, nesse 2024, a fauna na região, como ela está se comportando, quais são as rotas de fuga podem estar usado. É um mapeamento preliminar”, explicou Wener
Conforme dados do Painel do Fogo, foram destruídos quase 3 mil hectares do território de Patrimônio Natural da Humanidade até o momento.
“Nós chegamos aqui justamente para acompanhar e identificar possíveis espécies que estão procurando locais mais seguros em decorrência dos incêndios que estão ocorrendo aqui na região. A gente está com a equipe de brigadista, a Brigada Alto Pantanal, que fez uma primeira avaliação e identificou a situação da fauna. Nós trouxemos alguns equipamentos que podem auxiliar e complementar esse trabalho de monitoramento, e, se preciso, acionar apoio para fazer resgate”, detalha Geovani.
Serra do Amolar - A região da Serra do Amolar, que está dentro do Pantanal, no município de Corumbá (MS), compreende um território de grande biodiversidade, é área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade.
A área é formada por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase mil metros de altitude. O local fica a cerca de 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial. Só é possível chegar lá por ar ou pela água, após 5h subindo o rio Paraguai.
Devido a várias particularidades, incluindo os seus elementos naturais, geográficos e ecológicos, a região tem potencial de abrigar espécies de plantas e animais que são de exclusividade da Serra do Amolar. Por ali, há interações de fatores geográficos, climáticos e ecológicos que criam ecossistemas particulares que não são encontrados em outras partes do Pantanal.
Além disso, trata-se de um território considerado uma barreira natural para o fluxo das águas, que se difere completamente de todo o restante do bioma. Ali existe uma variedade de terrenos e paisagens, áreas com características de Mata Atlântica, de Pantanal, de Amazônia, o que resulta na sua riqueza de biodiversidade.
Na região, já foram identificadas 800 espécies, sendo 42 de abelhas, aproximadamente 82 de aranhas, 62 de borboletas, 120 de formigas, 420 de besouros, 24 de libélulas, 71 de percevejos e 40 espécies de vespas.
As espécies ameaçadas envolvem: onça-pintada, anta, queixada, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, mutum-de-penacho, ariranha, gato mourisco.
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