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Meio Ambiente

Em defesa do Parque dos Poderes, manifestantes convocam apoiadores em julgamento

Contra desmatamento de reserva, ambientalistas se mobilizam para pressionar Tribunal de Justiça

Por Gabriela Couto | 17/09/2024 14:55
Imagem aérea do Parque dos Poderes (Foto: Arquivo/Saul Scharmm)
Imagem aérea do Parque dos Poderes (Foto: Arquivo/Saul Scharmm)

Ambientalistas contrários ao desmatamento do Parque dos Poderes estão organizando uma manifestação na frente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), na próxima terça-feira (24), às 13h. Na ocasião será julgado o recurso de agravo de instrumento interposto pelo Estado de Mato Grosso do Sul insistindo em desmatar a reserva no local.

A convocação está sendo feita pelos Juristas pela Democracia, movimento social formado por advogados, juízes, procuradores de justiça, professores universitários e estudantes de Direito. Além de levar cartazes, os manifestantes vão protocolar uma carta de apoio ao juiz Areovaldo Nantes Correa, cuja decisão impede o desmatamento do Parque, e será o alvo do julgamento.

O futuro do Parque dos Poderes está nas mãos de Vitor Luis de Oliveira Guibo, o relator do processo de agravo que atua como juiz substituto em 2º Grau. Vão votar contra ou a favor do desmatamento da vegetação os desembargadores Eduardo Machado Rocha e Nélio Stábile.

Relembre - No ano de 2019 ambientalistas propuseram uma representação ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra o desmatamento do Parque dos Poderes. Com base nisso, o MPMS ajuizou uma ação civil pública contra o Estado de Mato Grosso do Sul, que é quem pretende desmatar para construir o Palácio do Governo, prédios públicos e estacionamentos.

A ação tramitou com várias liminares concedidas e derrubadas. Em 2023, o MPMS realizou um acordo com o Estado de Mato Grosso do Sul, e uma ação que era para impedir o desmatamento acabou por autorizar o desmatamento de, pelo menos, 11 hectares.

Inconformados, os Juristas pela Democracia colheram procurações e entraram no processo tentando impedir o desmatamento. Houve uma sentença da juíza Elisabeth Rosa Baisch, durante as férias do juiz titular do processo, homologando o acordo entre Estado e MP, e ela logo em seguida foi promovida a desembargadora, gerando suspeitas de favorecimento e até uma denúncia ao Conselho Nacional de Justiça.

O movimento Juristas pela Democracia recorreu da sentença através de Embargos de Declaração, e o juiz Areovaldo Nantes Correa acolheu o recurso, desautorizando o desmatamento. O Estado recorreu insistindo em desmatar, e é esse o recurso a ser julgado no próximo dia 24 de setembro.

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