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Meio Ambiente

Exames mostram que onças resgatadas no Pantanal foram baleadas

Tiros devem ter atingido os animais há pelo menos três meses e caso será investigado

Ana Paula Chuva | 13/11/2020 15:25
Uma das onças morreu duas horas depois de chegar ao Cras. (Foto: Divulgação | Semagro)
Uma das onças morreu duas horas depois de chegar ao Cras. (Foto: Divulgação | Semagro)

As duas onças-pintadas que foram resgatadas no início de novembro na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul com graves queimaduras,  também foram baleadas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13), dez dias depois de os animais serem socorridos.

Elas estavam no Cras (Centro de Recuperação de Animais Silvestres) em Campo Grande, mas uma delas morreu duas horas depois de chegar ao local e durante a necropsia feita no animal foi achado projétil de arma de fogo alojado na região do tórax.

De acordo com o médico veterinário do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Lucas Cazati, responsável técnico do Cras, o tiro no animal não foi recente, mas pode ter contribuído para a morte do animal, já que ele apresentava função pulmonar debilitada.

Deve ter ocorrido há uns três meses”, disse.

Projétil retirado da onças que morreu no Cras. (Foto: Divulgação | Semagro)
Projétil retirado da onças que morreu no Cras. (Foto: Divulgação | Semagro)

A necropsia é assinada pelo professor doutor Gilberto Facco e diz: “A pele rebatida mostra musculatura esquelética também vermelho-escurecida, com lesão nodular de coloração pardacenta e firme ao corte. Aberta, mostra presença de projetil de grosso calibre, envolto por tecido granulomatoso sem hemorragia. Observa ainda em lobo cranial direito presença de estilhaço de projétil acima mencionado, restrito a pleura”.

Na onça sobrevivente e que continua no Cras, foi realizado um exame de Raio-X que mostrou também a presença de um projétil na região toráxica. “Trata-se de um projetil de pequeno porte e o ferimento deve ter ocorrido já há alguns meses, pois a pele está completamente cicatrizada”, afirma Cazati, que avalia a necessidade de para retirar o metal.

O animal está estável e se alimentando bem. Ela também passou por exames de ultrassom, hemograma completo, funções hepática e renal e os ferimentos nas patas causados no incêndio apresentam melhora.

Caso haja necessidade da cirurgia para retirada da bala, a onça deve permanecer ainda por uns três meses no CRAS até se recuperar completamente.

Onça que sobreviveu está no Cras em observação. (Foto: Divulgação | Semagro)
Onça que sobreviveu está no Cras em observação. (Foto: Divulgação | Semagro)

Crime – O diretor-presidente do Imasul, André Borges, esteve na Decat (Delegacia Especializada de Crimes Ambientais) antes da revelação dos exames para registrar um boletim de ocorrência.

Entendemos que é preciso investigar, procurar identificar os responsáveis e punir”, afirmou Borges.

De acordo com a Semagro (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o delegado Maercio Alves Barbosa informou que  já encaminhou o projetil para o Instituto de Criminalística para determinar o calibre e o tipo de arma que fez o disparo.

“Com essas informações a Polícia vai instaurar inquérito e pode fazer diligências na região para tentar identificar os culpados”, diz a nota.

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