Helicóptero com 820 litros d'água é só o começo do combate ao fogo no Pantanal
O equipamento moderno despeja água de maneira fracionada, enquanto o brigadista faz o rescaldo no solo
Helicóptero com equipamento chamado "bambi bucket", é só uma das estratégias e, em alguns casos, o começo do combate aos incêndios no Pantanal. O equipamento capaz de carregar até 820 litros de água, é uma das poucas armas usadas pela Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo de Mato Grosso do Sul para acessar áreas difíceis. Ele tem tamanho intermediário, porque existem cestos com capacidade de até 9,8 mil litros.
Mas, essa é só a ponta do iceberg. Para usá-lo, é indispensável ter brigadistas em solo, utilizando outros tipos de ferramentas.
O tenente-coronel Fábio Gonçalves, comandante da aeronave, explica que durante o combate aos incêndios, primeiro, os brigadistas se posicionam na linha do fogo e depois, do alto, é usado o bambi bucket, que despeja água de maneira fracionada.
Os pontos são definidos pelo Centro de Controle do Corpo de Bombeiros, que sabem onde estão as prioridades.
“O brigadista geralmente está no solo fazendo a parte do rescaldo, e a aeronave vai ajudando para que possa combater o fogo com mais efetividade. Esse equipamento é usado em locais de difícil acesso, onde o brigadista não consegue captar água, onde não tem recursos, a gente leva água para que chegue até esse local. Aqui no Pantanal tem bastante local que pode captar, por causa dos rios, lagoas”, explicou.
Desde o início de junho, os três helicópteros da coordenadoria estão atuando para apoiar o Corpo de Bombeiros nos incêndios e a PMA (Polícia Militar Ambiental) nas ações de prevenção e fiscalização.
Ao todo, Mato Grosso do Sul conta com a ajuda de três helicópteros da Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública) e um air tractor, e outras cinco aeronaves do Governo Federal, sendo um helicóptero do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e quatro air tractors do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Passo a passo - O coordenador do Centro Prevfogo (Prevenção e Combate a Incêndios Florestais) de Corumbá, Márcio Yule, explica que antes de realizar o combate é indispensável identificar o foco para depois distribuir os brigadistas e definir as estratégias e qual equipamento será usado.
Alguns vão de barco, outros de aeronave. O transporte aéreo também serve para levar equipamentos, água e alimentação aos combatentes.
Identificado a área, os militares se posicionam com as ferramentas e combatem o fogo. Entre os equipamentos estão: Gorgui, que tem quatro funções; soprador; abafador; e o bambi bucket.
No caso do helibalde, enquanto a água é lançada o brigadista está no solo cavando vala, por exemplo. “Grande parte do combate é o fogo subterrâneo, que é um tipo de incêndio mais degradante porque queima toda a biomassa. O combate é um dos mais difíceis porque há necessidade de cavar vala ou trincheira para tirar a continuidade do combustível subterrâneo, isso dificulta bastante nas ações de combate”, pontuou.
Ainda de acordo com ele, a participação do militar ajuda a molhar ainda mais a vegetação.
Só jogar água não apaga o fogo no Pantanal, só uma chuva baixa não apaga o fogo, porque precisa encharcar o solo, uma chuvinha não infiltra no solo e quando esquentar o fogo retorna”, finalizou Yule.
Enquanto isso, uma equipe do Prevfogo monitora por câmeras de inteligência artificial qualquer variação no cenário. Para isso, é usado a tecnologia Abrace o Pantanal, desenvolvido pela empresa umgrauemeio.
Em qualquer incêndio florestal é emitido um alerta e encaminhado no celular de quem cuida da gestão das áreas. Em Corumbá, a equipe consegue dar zoom em três câmeras instaladas em Aquidauana e Miranda.
Confira a explicação do tenente-coronel sobre como funciona o "cesto" de água.
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