Lago do Parque tinha peixes de até 80 centímetros e 12 quilos
Dez mil espécimes foram retiradas do lago maior, para obras de desassoreamento
No sorriso do trabalhador anônimo, a satisfação de quem encontrou, em meio ao lago assoreado do Parque das Nações Indígenas, a prova de que a natureza sempre teima em sobreviver aos descasos humanos. Ele carrega um peixe grande o suficiente para alimentar muito bem uma família. Ou ainda ilustrar aquela foto de pescador orgulhoso, e depois voltar para o rio.
Fotos da operação de transferência dos peixes ganharam as redes sociais e começaram a ser compatilhadas, justamente pelo tamanho dos animais impressionar.
A descoberta do peixão, porém, é mais um indicativo da interferência humana nos lagos do Parque das Nações, que passam por serviços de revitalização, para retirada da terra acumulada.Trata-se de um pacu, normalmente não localizado nesse tipo de habitat. Ou seja, era um “invasor”, possivelmente solto no local por frequentadores, da mesma forma que um jundiá, outra espécie localizada e que, pelas regras da natureza, não apareceria de forma natural. Na mesma situação tilápias e carpas foram achadas. Os técnicos acreditam que peixes de aquário foram levados para lá.
Ao todo, foram retiradas 13 espécies de peixes, a maior parte de lambaris. O gerente de Recursos Pesqueiros do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Vander Fabrício de Jesus, estima em 10 mil a quantidade retirada do local. O maior foi um pacu de 12 quilos e 80 centímetros de cumprimento, que faria qualquer adepto da pesquisa feliz.
Como o lago menor já foi desassoreado, o cardume foi solto nele. A operação evita, assim, a cena de peixes morrendo, como já ocorreu durante os serviços. Ela começou na quinta-feira passada e acabou nesta quarta-feira.
Os serviços foram iniciados pela Prefeitura, para acabar com os bancos de areia nos dois lagos, que provocaram indignação de frequentadores do espaço de lazer.
Sujeira - Além dos peixes, houve achados indesejados: lixo deixado pelos frequentadores do parque. Pneus, plásticos, garrafas e até aparelho celular foram achados.
Após o fim das obras, os animais serão devolvidos ao lago maior. As obras de desassoreamento têm previsão de retirar 140 mil metros cúbicos de sedimentos do lago. O custo é estimado em 5 milhões, para devolver ao Parque das Nações um dos seus principais cartões postais, tão presente nas fotos de pôr-do-sol.