"Pantaneiro odeia o fogo fora de época", diz presidente de sindicato rural
Gilson Barros diz que é preciso "encerrar o discurso" de que os produtores são os responsáveis pelas queimadas
"Pantaneiro odeia o fogo fora de época", disse o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson Barros, nesta quinta-feira (27). Ele defendeu os produtores rurais do Pantanal de Mato Grosso do Sul e rejeitou as acusações de que são os principais responsáveis pelos incêndios que devastaram 541 mil hectares do bioma.
Segundo ele, é preciso "encerrar o discurso" de que os produtores são os responsáveis pelas queimadas. "O pantaneiro odeia o fogo fora de época, afinal seu gado não se alimenta de cinzas", comentou Gilson. O posicionamento do sindicato rural foi dado após a divulgação de um estudo realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que aponta que 95% do fogo no Pantanal tem origem em propriedades privadas.
Ao Campo Grande News, o presidente do sindicato rural de Corumbá, município a 427 km da Capital, disse que a prática de queimar plantas invasoras após as chuvas ajudava a controlar o material inflamável. "O que existe é a atividade pecuária de forma intensa, diminuindo a macega, mantendo estradas e com produtores e funcionários de prontidão para atacar qualquer incidente ou acidente de fogo assim que ele ocorrer".
Gilson diz que o fogo é comum na região pantaneira e que há medidas de manejo controlado do fogo. Entretanto, ele aponta que é preciso adotar medidas preventivas e mitigatórias para proteger áreas onde a pecuária não é intensa, como reservas ambientais, parques e margens de rios.
Ele sugere técnicas como queima controlada, criação de herbívoros, aceiros de grande porte e trituração de material inflamável. "O fogo sempre existiu no Pantanal... o que precisamos não é imaginar um Pantanal sem fogo, e sim um Pantanal sem incêndios florestais", concluiu.
Decisão emergencial - Nesta quinta-feira (27), o Governo do Estado autorizou a ampliação dos aceiros no Pantanal, permitindo a abertura de até 50 metros. Com a medida, os proprietários de fazendas e demais agentes de combate ao fogo poderão abrir faixas ao longo de divisas, cercas e áreas de vegetação nativa na largura imposta. A medida terá validade por 180 dias.
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