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Cidades

Em Brasília, indígenas de MS pedem ações para frear mudanças climáticas

Incêndios no Pantanal e enchentes no Rio Grande do Sul são apontados como consequências

Por Cassia Modena | 27/06/2024 11:01
Manifestação "Levante pela Terra" na Esplanada dos Ministérios (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Manifestação "Levante pela Terra" na Esplanada dos Ministérios (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Os incêndios no Pantanal e as enchentes no Rio Grande do Sul motivaram comunidades indígenas a pedirem mais ações para frear mudanças climáticas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Cerca de 400 pessoas se manifestaram no local, na manhã desta quinta-feira (27).

Entre elas, estavam povos de Mato Grosso do Sul como os guarani-kaiowá, que são afetados pelo fogo. “Estamos sendo destruídos pela queimadas e isso impacta nossas águas e nossas terras”, disse a liderança Valdelice Verón à Agência Brasil.

A indígena Joana Sarako, de Laguna Carapã, é avó de 20 netos aos 64 anos e diz se preocupar com o futuro dessas gerações. “A nossa água está suja como nunca antes”, falou.

A manifestação - Chamado de "Levante pela Terra", o ato começou com uma caminhada até a Praça dos Três Poderes. Os indígenas pediram mais políticas públicas, demarcação de terras e apoio do Governo Federal para enfrentar dificuldades nas atividades agrícolas e escassez de recursos naturais.

O coordenador da manifestação é Kretã Kaingang, que vive no Paraná. Ele afirmou que o grupo se organiza desde que o desastre ambiental atingiu o Rio Grande do Sul. “O que aconteceu é uma catástrofe. E vai ocorrer no País inteiro. Não tivemos acesso a nenhuma política afirmativa. Isso ocorre pelo racismo que existe contra os povos indígenas nos municípios e nos estados. Precisamos de mais recursos”,

Liderança do povo Xokleng no Rio Grande do Sul, Luis Salvador disse que 48 famílias da comunidade são desafiadas pelo excesso de chuvas. “Está chovendo ainda muito na nossa região e isso impacta a atividade em nossas roças. A agricultura familiar está ameaçada. Nós trabalhamos com alimentos saudáveis e não com produtos envenenados”, disse.

No ato, os indígenas também protestaram contra a desigualdade na distribuição de recursos: o agronegócio (por meio do Plano Safra, que deve ser anunciado na semana que vem) tem recido mais, enquanto falta atenção para as populações tradicionais, segundo os manifestantes.

Procurados pela Agência Brasil, os Ministérios dos Povos Indígenas e da Agricultura e Pecuária não se manifestaram sobre a manifestação e as declarações.

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